Ponte Rio-Niterói

Mais de mil motoristas por dia fazem bandalha na Ponte Rio-Niterói

Praça do Pedágio | Arquivo
Praça do Pedágio | Arquivo

A travessia da Ponte Rio-Niterói, que em condições normais leva cerca de 13 minutos, sofre variações significativas ao longo do dia devido a diversos fatores. Além dos horários de maior fluxo e feriados prolongados, um levantamento realizado pela concessionária Ecoponte revelou que o uso irregular das pistas automáticas de pagamento via tag na praça do pedágio tem um grande impacto no tempo de travessia. A média é de 38.600 veículos por mês, 1.273 por dia.

Diariamente, cerca de mil veículos utilizam as pistas automáticas de forma irregular, resultando em um aumento do intervalo de três segundos entre cada passagem para aproximadamente um minuto.

De acordo com Jean Rodrigues, gerente de engenharia e operações da Ecoponte, 63% dos motoristas abordados por essa prática possuem alguma irregularidade documental ou veicular. Este comportamento não apenas aumenta o tempo de travessia, mas também exige o deslocamento de colaboradores para lidar com as consequências.

Fiscalização e Controle

Para conter os fura-filas, a Ecoponte conta com o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que utiliza abordagens e videomonitoramento para fiscalizar a via. As numerações das placas dos veículos infratores são enviadas para a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). A PRF realiza a fiscalização 24 horas por dia, podendo emitir autuações em casos de infrações de trânsito.

Métodos de Pagamento no Pedágio

Recentemente, o pedágio da ponte passou a aceitar pagamentos por aproximação com cartão de crédito ou débito. Estudos mostraram que o método tradicional de inserção do cartão levava cerca de 27 segundos, enquanto o pagamento por aproximação é concluído em apenas sete segundos. O pagamento em dinheiro é processado em cerca de nove segundos, contribuindo para a agilidade na passagem pelo pedágio.

Acidentes e Uso de Celulares

Outro fator que influencia o tempo de travessia é o uso de celular ao volante, que é responsável por 95% das colisões na ponte, segundo José Marcelo Borges, coordenador de tráfego da Ecoponte. Em média, são registradas 40 colisões por mês, sendo 54% batidas traseiras, 25% laterais e 15% envolvendo motos.

A maioria dos acidentes poderiam ser evitados, e o aumento no número de motociclistas, especialmente trabalhadores de aplicativos, aumenta a vulnerabilidade desses usuários. Todas as quatro mortes registradas este ano na via envolveram motociclistas.

Futuro: Sistema Free Flow

A Ecoponte está estudando a implementação do sistema free flow, que utiliza leitura automática de placas e tags, com a expectativa de melhorar a fluidez do tráfego. Atualmente, cerca de 150 mil veículos trafegam pela ponte diariamente, tornando-a uma das vias mais importantes da Região Metropolitana do Rio de Janeiro.