Niterói - Morreu nesta quarta-feira (30), aos 70 anos, o jornalista, radialista e escritor Luiz Antonio Mello, uma das personalidades mais marcantes da comunicação e da cena cultural de Niterói. Ele estava internado no Hospital Icaraí se recuperando de uma pancreatite, mas sofreu uma parada cardíaca pouco antes de realizar uma ressonância magnética.
Luiz Antonio foi o criador da lendária Rádio Fluminense FM, a “Maldita FM”, que revolucionou o rádio brasileiro nos anos 1980 ao apostar no rock nacional e alternativo, lançando nomes que mais tarde fariam história. Sua trajetória foi eternizada no filme “Aumenta que é Rock’n’Roll“, lançado em 2023 e posteriormente adaptado para uma minissérie da Globo. No cinema, Luiz foi interpretado pelo ator Johnny Massaro.
Um legado que atravessa gerações
Natural de Niterói, Luiz iniciou sua carreira ainda adolescente, como cronista do “Jornal de Icaraí”. Foi crítico musical, repórter, editor e programador musical em veículos como a Rádio Tupi, Rádio Jornal do Brasil, O Pasquim, Jornal Opinião, Última Hora, além de ocupar cargos de destaque como presidente da Funiarte e coordenador de marketing internacional da gravadora PolyGram.
Ao lado de Samuel Wainer Filho, idealizou em 1981 o projeto “Maldita” na Fluminense FM, emissora que ocupava a frequência 94,9 e se tornaria sinônimo de inovação, liberdade e ousadia na programação musical. Nos anos seguintes, também colaborou com a Globo FM, Rádio Cidade, Rede Manchete, Warner Music e foi um dos fundadores da BandNews FM Rio.
Influência e reconhecimento
Fã apaixonado da banda The Who, Luiz Antonio era uma referência para profissionais da música e da imprensa. Produziu discos importantes, como o clássico “Som na Guitarra”, de Celso Blues Boy, e lançou livros como “A Onda Maldita”, que relata os bastidores da criação da Fluminense FM, e “Manual de Sobrevivência na Selva do Jornalismo”.
Atualmente, atuava como editor do jornal A Tribuna, de Niterói, e mantinha a rádio online LAM, um projeto pessoal que unia sua paixão pela música e pelo jornalismo.
Com sua partida, Niterói e o Brasil perdem um dos maiores nomes da comunicação e da música alternativa, deixando um legado de irreverência, coragem editorial e amor pela arte.