
O influenciador digital de Niterói, Thiago Jatobá, se manifestou nas redes sociais, nesta quarta-feira (22), admitindo que errou ao invadir a pista do Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão), na Zona Norte do Rio de Janeiro.
Nas imagens, que rapidamente viralizaram na internet, Thiago aparece acompanhado do irmão, Gabriel Jatobá, e de um amigo, durante o episódio. Conhecido nas redes por conteúdos de esportes radicais, como bodyboard, surfe e atividades de aventura, Jatobá soma centenas de milhares de seguidores.
“Foi uma atitude impensada, sem pensar nas possíveis consequências. Não tivemos qualquer intenção negativa, como muitos estão dizendo. Não causamos nenhum dano, mas reconheço que foi um erro. Assumo a responsabilidade e estou disposto a enfrentar as consequências. Espero aprender com isso”, declarou o influenciador em um vídeo publicado no Instagram.
Pedido de desculpas
Na publicação, ele também pediu desculpas às autoridades, à família, aos amigos e aos seguidores que se sentiram decepcionados com a atitude.
“Espero que sirva de lição, principalmente para os jovens que me acompanham. É fundamental ouvir os conselhos dos pais. Quero evoluir como pessoa e não repetir esse tipo de comportamento”, concluiu.
Sobre o vídeo
As imagens mostram o grupo acessando uma área restrita do aeroporto, com o objetivo de filmar decolagens de aeronaves. O vídeo foi inicialmente postado nas redes sociais, mas acabou sendo removido após repercussão negativa.
A gravação começa com os jovens em uma área de mata nos arredores do Galeão, planejando como entrar na pista.
“Vamos tentar assistir a uma decolagem bem na pista do avião”, diz Thiago no vídeo. Um dos colegas responde: “Ficar na frente do avião, eu acho que dá m… por causa da turbina”.
O grupo então debate como ultrapassar uma cerca de arame farpado. Um alerta: “Vai se cortar aí à toa, esse concreto vai quebrar”. E o outro rebate: “O problema é voltar, pular dá”.
Mesmo diante dos riscos, eles seguem em frente. “Entramos aqui no aeroporto!”, comemora Jatobá ao cruzar a cerca. Nas imagens, eles aparecem se agachando e desligando as lanternas dos celulares para não serem vistos, já muito próximos à pista.
No final do vídeo, os jovens já estão de pé, e um avião passa a poucos metros do grupo.
O que dizem as autoridades?
A Polícia Federal (PF) informou, em nota, que abriu investigação para apurar as circunstâncias da invasão à pista do Galeão e para identificar os responsáveis. Segundo a PF, a conduta pode se enquadrar no artigo 261 do Código Penal, que trata de crimes contra a segurança do transporte aéreo. Outras infrações também estão sendo analisadas.
O artigo prevê punição para quem “expõe a perigo embarcação ou aeronave, própria ou alheia, ou pratica qualquer ato que possa impedir ou dificultar a navegação marítima, fluvial ou aérea”, com pena de dois a cinco anos de reclusão.
A concessionária RioGaleão, responsável pela administração do aeroporto, declarou que está colaborando com a investigação da Polícia Federal. A empresa destacou que invasões à área operacional são graves, comprometem a segurança da aviação civil e podem configurar diversos crimes.