
A recente autorização concedida pelo Ibama à Petrobras para o início da perfuração exploratória de petróleo na Margem Equatorial do Brasil marca um momento significativo para o setor de energia do país. Situada ao norte, próxima à costa do Amapá, a área marítima em questão é vista como um potencial “novo pré-sal”, prometendo transformações econômicas e energéticas substanciais.
Localizado a 175 quilômetros da costa amapaense e a 500 quilômetros da foz do Rio Amazonas, o bloco FZA-M-059 é o ponto de partida das operações. Esta fase inicial, prevista para durar cerca de cinco meses, visa coletar dados geológicos que confirmem as expectativas da região quanto à sua capacidade petrolífera. De acordo com especialistas, esses esforços representam uma conjunção de desenvolvimento econômico e responsabilidade ambiental, conforme destacado pela presidente da Petrobras, Magda Chambriard.
Quanto de petróleo pode existir na Bacia da Foz do Amazonas?
Estudos conduzidos pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) sugerem que a Bacia da Foz do Amazonas pode conter até 10 bilhões de barris de petróleo. Essa descoberta poderia elevar as reservas brasileiras a um nível sem precedentes, posicionando o país entre os maiores produtores de petróleo do mundo. Isso acarretaria impactos econômicos profundos, especialmente para o estado do Amapá, conhecido por seus desafios socioeconômicos, que se beneficiaria significativamente através do aumento do Produto Interno Bruto (PIB) per capita e de sua arrecadação.
Como essa descoberta pode transformar o Amapá?
O Amapá, um dos estados historicamente menos privilegiados do Brasil, poderia experimentar uma transformação única. Segundo projeções da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a exploração de petróleo na Margem Equatorial poderia aumentar o PIB do Amapá em 61,2%, gerando mais de 54 mil empregos, diretos e indiretos. Esses novos empregos e os investimentos em infraestrutura podem, potencialmente, reverter décadas de desafios sociais e econômicos.

Que medidas estão sendo tomadas para garantir o desenvolvimento sustentável?
Após um “rigoroso processo de licenciamento” pelo Ibama, a Petrobras implementou várias medidas para mitigar impactos ambientais potenciais. A empresa reforçou sua infraestrutura de resposta a emergências e estabeleceu um centro de atendimento à fauna em Oiapoque. Ações adicionais incluem simulações contínuas para testar a capacitação de resposta a incidentes, garantido um equilíbrio entre exploração de recursos e conservação ambiental.
O que o futuro reserva para a Margem Equatorial e o Amapá?
A Margem Equatorial está se revelando uma nova fronteira de exploração de petróleo, atraindo interesse internacional. Com a Agência Nacional do Petróleo (ANP) priorizando a região até 2025, pode-se esperar uma produção de 1,1 milhão de barris por dia, dependendo do potencial confirmado da Foz do Amazonas. No cenário otimista, o Amapá poderá transformar-se de “estado esquecido” a um centro símbolo de prosperidade, redefinindo o panorama econômico do Brasil e abrindo novas fronteiras para a riqueza nacional.