
Falar de saúde mental é urgente em uma rotina marcada por estresse, sobrecarga e dependência digital. Em Niterói, o seminário “Agir, proteger e cuidar de vidas” reuniu especialistas e poder público para discutir luto, prevenção do suicídio e os impactos da cultura do ódio nas redes. O objetivo: fortalecer a escuta qualificada e estimular ações concretas em defesa da vida.
Saúde mental em Niterói: escuta, prevenção e cuidado
Organizado nesta segunda-feira (29) pelo Escritório de Políticas Transversais de Direitos e Cuidados da Prefeitura de Niterói, com apoio da Secretaria Municipal de Saúde e da Coordenadoria de Acessibilidade, o seminário “Agir, proteger e cuidar de vidas” tratou de luto, suicídio, discriminação e dos efeitos da cultura do ódio nas redes sociais, especialmente entre crianças e adolescentes.

Escuta que salva vidas e cultura de paz
A gestora do Escritório e primeira-dama, Fernanda Sixel Neves, reforçou a necessidade de romper o silêncio e abrir espaços de escuta, reflexão e conscientização:
“Precisamos falar de suicídio, seja enquanto sociedade, família ou poder público. Toda a sociedade é corresponsável pela perda daquela vida. Na Prefeitura, a gente vem cuidando da vida de diferentes formas. Um exemplo é o Programa Aprendiz Musical, uma das estratégias do Pacto Niterói Contra a Violência. Olhar com atenção para a saúde mental, para além do bem-estar físico, revela a preocupação de uma cidade que cuida das pessoas. Tenho muito orgulho de estar em uma cidade que promove a cultura da paz e valoriza a vida”, disse Fernanda.
Especialistas e temas em destaque
Quem participou
O encontro, inspirado no Setembro Amarelo, reuniu nomes como:
- Karina Okajima Fukumitsu – psicóloga especializada em suicídio e luto;
- Alcione Marques – psicopedagoga clínica e escolar, com aprimoramento em reabilitação cognitiva e pós-graduação em Neurociência do Comportamento;
- Eduardo Lopes – psicólogo clínico, psicodramatista e professor de psicodrama;
- Sandro Mattos – gerente de operações da EcoviasPonte;
- entre outros profissionais.
“Um evento como esse traz muitos benefícios para a sociedade, ainda mais quando se leva em conta as iniciativas que podem ser implementadas a partir do debate e da soma dos esforços das iniciativas pública e privada”, afirmou Sandro Mattos.
Abertura com foco em empatia e estratégias
Na palestra de abertura, Karina Okajima Fukumitsu compartilhou experiências pessoais, ressaltou a empatia e propôs estratégias de cuidado diante das dores próprias ou alheias:
“A proposta da suicidologia brasileira é entender que o suicídio é um ato definitivo para um problema temporário. Todos nós sofremos, faz parte da condição humana. Quando alguém tem uma ferida, a primeira coisa a fazer é olhar com a pessoa onde está o ferimento. A hora da morte chegará para todos nós. Então, enquanto a morte não chegar, vamos tentar vislumbrar possibilidades de lidar com o sofrimento. Vamos cuidar dessa dor, proteger essa dor, colocar um abrigo para essa dor. O contrário da ansiedade não é calma, é oferecer abrigo”, observou ela.
Temas urgentes e impactos sociais
Redes sociais, trabalho e cidade
Além da prevenção do suicídio, o evento debateu:
- impactos da cultura do ódio nas redes sociais;
- adoecimento mental em ambientes de trabalho e urbanos;
- efeitos de diferentes formas de discriminação;
- relação entre mobilidade urbana, segurança viária e saúde mental;
- papel da tecnologia no desenvolvimento infantil;
- importância da prevenção e do cuidado no ambiente escolar.
As discussões buscaram estimular ações concretas e solidárias em defesa da vida, alinhadas à Agenda 2030 da ONU e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS): Saúde e Bem-Estar, Educação de Qualidade, Igualdade de Gênero, Redução das Desigualdades, Cidades e Comunidades Sustentáveis e Paz, Justiça e Instituições Eficazes.

Parcerias e apoio institucional
O seminário “Agir, proteger e cuidar de vidas” contou com patrocínio da EcoviasPonte, parcerias do Centro de Valorização da Vida (CVV) e da consultoria NeuroConecte, e apoio da concessionária SGA Toyota.