Niterói conquistou o 3º lugar no Ranking de Saneamento 2025, divulgado nesta terça-feira (15) pelo Instituto Trata Brasil, consolidando-se como referência nacional em saneamento básico e a melhor cidade do Estado do Rio de Janeiro no setor. O levantamento avaliou os 100 municípios mais populosos do país, com base nos dados de 2023 do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS).
A cidade subiu quatro posições em relação ao ranking anterior, quando ocupava o 7º lugar. Agora, Niterói aparece atrás apenas de Campinas e Limeira, ambas no interior de São Paulo.
Saneamento universalizado e investimentos robustos
Segundo o relatório, Niterói possui:
- 100% da população atendida com abastecimento de água
- 95,6% de cobertura no atendimento de esgoto
- 100% do esgoto coletado é tratado
Entre 2019 e 2023, o município recebeu cerca de R$ 197 milhões em investimentos na área de saneamento básico. O destaque vai para o programa de combate a perdas de água, desenvolvido pela Águas de Niterói, concessionária responsável pelo serviço no município.
“É muito gratificante, porque isso é resultado de planejamento, de investimento, de parceria público-privada e de um compromisso com a qualidade de vida e a preservação ambiental”, destacou o prefeito Rodrigo Neves.
Tecnologia e inteligência artificial no combate a perdas
O programa Água de Valor, da Águas de Niterói, utiliza modelagem hidráulica, substituição de redes, fiscalização de ligações clandestinas e um sistema de inteligência artificial chamado Fluid para identificar e corrigir vazamentos invisíveis. Essa modernização permitiu à cidade reduzir o índice de perdas de água para menos de 20%, bem abaixo da média nacional.
“Fizemos grandes investimentos em tecnologia e automação nos últimos anos, o que permitiu melhorias expressivas na eficiência do sistema de abastecimento”, afirmou Bernardo Gonçalves, diretor-executivo da Águas de Niterói.
Evolução histórica do saneamento em Niterói
Em 1999, quando a concessionária assumiu o serviço, apenas 72% da população tinha acesso à água tratada. Três anos depois, esse índice saltou para 100%, incluindo o abastecimento pleno da Região Oceânica, antes atendida por poços e carros-pipa.
Hoje, com os mesmos 1,8 m³ por segundo oriundos do Rio Macacu, a empresa atende cerca de 482 mil habitantes, promovendo a preservação dos mananciais e o uso racional da água.
Baixada Fluminense segue entre os piores do país
Enquanto Niterói se destaca, cidades da Baixada Fluminense permanecem entre os piores índices de saneamento do Brasil:
- São João de Meriti: 0% de esgoto tratado
- Duque de Caxias: 6,17%
- Belford Roxo: 9,94%
- São Gonçalo (Região Metropolitana): apenas 11,07% de coleta de esgoto e 22,02% de tratamento
Campos dos Goytacazes tem destaque na evolução
Outro destaque no levantamento foi Campos dos Goytacazes, que subiu 22 posições no ranking e agora ocupa o 25º lugar, indicando avanços importantes na infraestrutura de saneamento.
Desigualdade no acesso ao saneamento no Brasil
O relatório do Instituto Trata Brasil mostra que 44,8% da população brasileira ainda não possui coleta de esgoto, e 16,9% não têm acesso à água potável. A falta de saneamento básico compromete a saúde pública, a qualidade de vida e o desenvolvimento socioeconômico do país.