
O Governo do Estado do Rio de Janeiro estuda a possibilidade de instalar um presídio em Seropédica, na região metropolitana. A proposta gerou forte indignação entre vereadores, o prefeito e moradores, que alegam que a cidade já enfrenta diversos problemas sociais e ambientais.
O tema foi debatido na sessão da Câmara Municipal do dia 7 de agosto, quando parlamentares se posicionaram unanimemente contra o projeto. Nesta segunda-feira (18), representantes da Universidade Federal Rural, da Embrapa, vereadores e o prefeito devem se reunir para discutir o assunto.
Vozes de indignação
O vice-presidente da Câmara, vereador Max Goulart, classificou a iniciativa como um novo castigo para a cidade:
“Instalaram o lixão que infesta o município de moscas, ratos e mau cheiro. Temos 21 areais que destroem o meio ambiente. Somos penalizados por três pedágios que encarecem a cesta básica. E agora querem instalar um presídio? Isso trará ainda mais insegurança”, afirmou.
Já o presidente da Câmara, Bruno do Depósito, reforçou que buscará apoio de parlamentares estaduais e federais para impedir a instalação.
“Seropédica precisa de indústrias, empregos e desenvolvimento, não de mais um estigma. Existem locais mais adequados para um presídio. Por que escolher logo aqui?”, questionou.
Histórico de problemas acumulados
A cidade convive há anos com decisões governamentais que impactam negativamente o cotidiano da população:
- Lixão metropolitano que recebe resíduos de diversos municípios.
- 21 areais que degradam o solo e os recursos hídricos.
- Três praças de pedágio, que encarecem o transporte e a mobilidade.
Para muitos moradores, o presídio seria “a gota d’água”.
Prefeito também é contra
O prefeito Professor Lucas declarou que a prioridade deve ser atrair empresas e indústrias, gerando empregos e renda. Ele garantiu que vai se unir à Câmara Municipal para barrar a proposta.
“Seropédica tem potencial para se tornar um polo de desenvolvimento econômico. Precisamos de investimentos em infraestrutura, saúde e educação — não de mais um problema estrutural”, afirmou.
Mobilização popular
Nas redes sociais, moradores e lideranças comunitárias já se articulam para organizar protestos e audiências públicas. O temor é que um presídio traga insegurança, desvalorização imobiliária e estigma social para o município.