
Olinda, Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade pela UNESCO desde 1982, é mais do que as suas famosas ladeiras e o carnaval de bonecos gigantes. A poucos quilômetros de Recife, a cidade oferece uma imersão profunda na história brasileira, ostentando casarios coloniais coloridos e uma energia artística que pulsa o ano inteiro.
Para o viajante, Olinda representa uma jornada no tempo, onde a arquitetura barroca e os ateliês de arte popular se encontram. Explorar seus becos e mirantes não é apenas um passeio turístico, é uma jornada onde cada esquina corresponde a um ponto de interesse vital, com alto valor cultural e visual.
Por que Olinda ficou conhecida como a capital mais rica do Brasil?
A riqueza histórica de Olinda é palpável e gera curiosidades que transcendem o folclore do frevo. Seu título de Lisboa Pequena na Colônia e a ousadia política no passado são essenciais para entender a importância da cidade.

- A Capital Mais Rica: Entre os séculos XVI e o início do século XVII, Olinda era considerada a cidade mais rica do Brasil Colônia, rivalizando em ostentação e luxo com a própria Corte de Lisboa. Essa riqueza vinha principalmente da produção de cana-de-açúcar.
 - O Primeiro Grito de Independência: Antes mesmo da Inconfidência Mineira, Olinda foi palco do primeiro grito pela independência nacional, dado pelo sargento-mor Bernardo Vieira de Melo em 1710, durante a Guerra dos Mascates.
 - O Cometa Olinda: Existe um corpo celeste batizado em homenagem à cidade. O Cometa Olinda foi identificado em 1860 no Observatório Meteorológico local, sendo o único cometa descoberto em território brasileiro.
 - McDonald’s que Faliu: Uma famosa curiosidade urbana local é que uma loja de uma grande rede de fast-food internacional teria fechado as portas na cidade, um fato que é interpretado como a resistência e a valorização da cultura e da gastronomia local em detrimento de grandes corporações.
 
Vale a pena turismo a pé em Olinda?
O melhor de Olinda é ser explorado a pé. O roteiro se concentra principalmente na Cidade Alta, onde o sobe e desce das ladeiras revela a verdadeira essência da cidade. O caminho é repleto de ateliês, capelas centenárias e vistas panorâmicas.

9 passeios turísticos e roteiros para conhecer a cultura e história local
O roteiro pelo Alto da Sé e seus arredores é denso e recompensador. Aqui estão nove pontos obrigatórios que oferecem o melhor da história, da arte e da vista da região:
- Alto da Sé: O ponto de partida e o coração turístico. Oferece a vista mais icônica de Olinda e Recife, ideal para fotos no letreiro da cidade.
 - Catedral de São Salvador do Mundo (Catedral da Sé): Datada de 1540, é a sede da Arquidiocese. Sua localização no ponto mais alto oferece um mirante natural espetacular.
 - Mirante da Caixa D’Água: Localizado no Alto da Sé, o elevador panorâmico proporciona uma vista de 360 graus da cidade, das igrejas e do oceano. A obra é envolvida pela lenda de ser um projeto descartado por Oscar Niemeyer.
 - Ladeira da Misericórdia e Rua do Amparo: Rotas obrigatórias, carregadas de charme e ateliês de artistas locais. A Rua do Amparo é famosa por seu casario colorido e por abrigar a histórica casa do cantor Alceu Valença.
 - Casa dos Bonecos Gigantes de Olinda (Embaixada de Pernambuco): Um mergulho na tradição carnavalesca. É o local para conhecer e fotografar os famosos bonecos, como o Homem da Meia-Noite.
 - Convento e Igreja de São Francisco: Fundado em 1585, é considerado o complexo franciscano mais antigo do Brasil. Sua arquitetura e o rico acervo sacro são pontos altos da visita.
 - Mosteiro de São Bento: Famoso por seu altar folheado a ouro e por ter abrigado a primeira faculdade de Direito do Brasil, em 1827. Sua beleza barroca é um tesouro nacional.
 - Mercado da Ribeira: Construção do século XVI que hoje funciona como um vibrante mercado de artesanato local, sendo o melhor lugar para encontrar peças originais de cerâmica, renda e madeira.
 - Dona Maria da Tapioca (Gastronomia Local): Uma referência gastronômica obrigatória no Alto da Sé, ideal para saborear a tradicional tapioca pernambucana, doce ou salgada.
 
A presença em Olinda
Com sua vibrante herança cultural e o título de Patrimônio Mundial da UNESCO, Olinda, vizinha de Recife, exige um planejamento focado para garantir que a experiência nas suas famosas ladeiras seja inesquecível. O ponto de partida é o conforto: as ruas de paralelepípedos são o charme da cidade, mas pedem calçados confortáveis (tênis são a melhor pedida). Para absorver a efervescência local, o domingo é o melhor dia, oferecendo feiras de artesanato mais movimentadas e, frequentemente, ensaios de Maracatu e Frevo, mesmo fora da época do Carnaval.
Além disso, embora o Centro Histórico seja seguro durante o dia, para explorar áreas menos turísticas ou após o anoitecer, é altamente recomendável contratar um guia local credenciado. Por fim, a melhor e mais confortável forma de se deslocar até Olinda a partir de Recife é utilizando transporte de aplicativo ou táxi, aproveitando a proximidade e a conveniência.