Superintendência da Receita Federal, em Brasília.
Superintendência da Receita Federal, em Brasília.

A Receita Federal emitiu um alerta nacional sobre um novo golpe do Pix que já fez vítimas em diferentes estados brasileiros. Criminosos estão usando dados reais de contribuintes para simular cobranças falsas em nome do órgão, o que aumenta muito a chance de pessoas caírem na fraude.

Além disso, o golpe tem se espalhado rapidamente porque combina engenharia social, sites falsos e mensagens com aparência oficial, aproveitando o medo de irregularidades no CPF ou no Imposto de Renda.


Como funciona o novo golpe do Pix

De acordo com a Receita Federal, o golpe segue uma dinâmica em etapas bem definidas.

1. Uso de dados vazados

Os golpistas obtêm informações como:

  • nome completo
  • CPF
  • data de nascimento
  • e, em alguns casos, endereço e e-mail

Dessa forma, conseguem montar mensagens personalizadas, que passam mais credibilidade.

2. Mensagens com falsa cobrança da Receita

Em seguida, a vítima recebe um aviso falso, geralmente por WhatsApp, SMS ou e-mail, com mensagens que citam:

  • suposta pendência no CPF
  • irregularidade no Imposto de Renda
  • risco de bloqueio do documento
  • multa que precisa ser paga com urgência

O objetivo é gerar pânico e pressionar para um pagamento imediato.

3. Site falso que imita o oficial

Ao clicar no link, a pessoa é direcionada para um site falso que imita a identidade visual da Receita Federal, com:

  • logomarca
  • cores institucionais
  • textos semelhantes aos oficiais

Nesse ambiente, o usuário é orientado a pagar uma suposta “taxa de regularização” via Pix, com QR Code ou chave aleatória.


Por que o golpe faz tantas vítimas

Esse tipo de golpe tem grande taxa de sucesso porque:

  • utiliza dados reais, o que aumenta a confiança
  • explora o medo de ficar irregular com a Receita
  • cria senso de urgência com prazos curtos
  • ameaça bloqueio de CPF ou processos administrativos
  • usa canais comuns, como WhatsApp e SMS

Além disso, o Pix permite transferências rápidas, o que dificulta recuperar o dinheiro depois da transação.


A Receita Federal cobra taxas via Pix?

A Resposta é clara: não.

A Receita Federal reforça que:

  • não envia cobranças por WhatsApp
  • não solicita pagamentos via Pix
  • não envia links encurtados para pagamento
  • não bloqueia CPF por falta de pagamento de taxas

Toda consulta oficial deve ser feita pelos canais:

  • Portal e-CAC
  • aplicativo oficial da Receita
  • site oficial do Governo Federal
  • comunicações formais via correspondência física, quando necessário

Portanto, qualquer contato que peça pagamento via Pix em nome da Receita deve ser considerado golpe.


Como se proteger do novo golpe do Pix

Para não cair na fraude, especialistas em segurança digital recomendam algumas medidas simples, mas fundamentais:

  • desconfiar de mensagens com clima de urgência e ameaça
  • não clicar em links recebidos por WhatsApp, SMS ou e-mail, principalmente se envolverem cobrança
  • nunca pagar taxas via Pix para “regularizar” CPF ou Imposto de Renda
  • acessar diretamente o site da Receita ou o Portal e-CAC digitando o endereço no navegador
  • verificar se o site começa com gov.br e possui certificado de segurança
  • evitar informar dados pessoais em formulários desconhecidos

Além disso, sempre que houver dúvida, é mais seguro procurar um canal oficial da Receita Federal ou um contador de confiança.


O que fazer se você já caiu no golpe

Quem já realizou um pagamento em um esquema como esse deve agir rapidamente:

  1. Avisar imediatamente o banco para tentar bloquear ou rastrear a transação.
  2. Registrar um boletim de ocorrência na polícia, preferencialmente na delegacia especializada em crimes cibernéticos.
  3. Guardar todos os comprovantes, prints das conversas, links e e-mails recebidos.
  4. Informar o caso à Receita Federal, para que o órgão tenha registro do golpe e possa aprimorar os alertas.

Embora nem sempre seja possível recuperar o valor enviado, a ação rápida aumenta as chances de sucesso e ajuda a impedir que mais pessoas sejam prejudicadas.