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Paulo Pinto/Agência Brasil
Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

A Prefeitura de São Paulo entrou com um recurso no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) pedindo mais 120 dias antes que o serviço de mototáxi seja liberado no município.

A decisão judicial que considerou inconstitucional a proibição do serviço previa o início da atividade já no dia 11 de dezembro. Com o recurso, a administração municipal quer estender a proibição até abril, alegando necessidade de mais tempo para adequações técnicas e de segurança.

O pedido foi feito pela Procuradoria Geral do Município (PGM).


Audiências públicas, estudos extras e reforço na saúde

No documento enviado ao TJ-SP, a prefeitura argumenta que o prazo adicional é necessário para:

  • Realizar audiências públicas sobre o tema
  • Complementar estudos técnicos de mobilidade e impacto viário
  • Reforçar a rede de urgência e emergência, com previsão de entrega de três novas UPAs
  • Avaliar o aumento de 56% na frota de motos em 5 anos, acompanhado de mais acidentes desde 2020

A administração municipal cita preocupação com a segurança viária e com o impacto no sistema de saúde, afirmando que uma liberação imediata poderia representar risco de colapso nas emergências.


Empresas defendem liberação com critérios rigorosos

As principais empresas interessadas em operar o serviço — incluindo Uber e 99 — defendem a viabilidade do mototáxi. Elas afirmam que a atividade terá:

  • orientação aos motociclistas,
  • processo rigoroso de seleção
  • e protocolos de segurança aplicados aos trabalhadores.

Município aguarda definição do STF

A PGM destacou ainda que a urgência do pedido não significa que a prefeitura considera a disputa encerrada. O órgão afirma que o Supremo Tribunal Federal (STF) deverá dar a decisão final sobre o tema, ao analisar o direito das cidades de legislarem sobre a liberação ou proibição do serviço de mototáxi.

Segundo o documento:

“Sem o efeito suspensivo, a dilação do prazo é a única forma de preservar o interesse público, garantindo a segurança viária e a proteção da vida, enquanto se aguarda manifestação definitiva do STF.”


Risco imediato, diz PGM

A Prefeitura sustenta que o início imediato do serviço poderia gerar risco real e imediato às vidas dos motociclistas, passageiros e pedestres — e sobrecarregar unidades de saúde já pressionadas.