
A cantora, atriz, apresentadora e empresária Preta Gil morreu neste domingo (20), aos 50 anos, após quase dois anos de tratamento contra um câncer no intestino. A informação foi confirmada por sua assessoria de imprensa e pelo pai, Gilberto Gil, em comunicado nas redes sociais.
A artista faleceu em Nova York, nos Estados Unidos, onde realizava um tratamento experimental. A família agora se mobiliza para os trâmites de repatriação do corpo ao Brasil.

Uma batalha pública contra o câncer
Preta foi diagnosticada em janeiro de 2023 com adenocarcinoma no intestino. Após cirurgias, sessões de quimioterapia e radioterapia, a doença entrou em remissão temporária. Em agosto de 2024, no entanto, a cantora revelou a volta do câncer, com metástases no peritônio, tumores nos linfonodos e um nódulo no ureter.
Mesmo enfrentando o avanço da doença, ela manteve uma postura pública corajosa e transparente, o que emocionou fãs em todo o Brasil.
“Dividi minhas vulnerabilidades com o mundo. Fiz isso de cabeça erguida”, declarou ao receber o Prêmio Faz Diferença, do jornal O Globo, em 2025.
Tratamento experimental nos Estados Unidos
Em maio de 2025, Preta viajou aos EUA em busca de novas possibilidades de tratamento. Ela passou por consultas no Virginia Cancer Institute e no renomado Sloan Kettering Cancer Center, em Nova York. Nas redes sociais, ela continuou a compartilhar sua rotina: “Mais uma dose”, escreveu, em uma de suas postagens.
“No Brasil, fiz tudo que podia. Agora, minha chance está fora do país”, afirmou em entrevista ao programa Domingão com Huck, na TV Globo.
50 anos celebrados com festa e autobiografia
Mesmo em tratamento, Preta celebrou seus 50 anos em agosto de 2024, com uma grande festa no Rio de Janeiro, que reuniu 700 convidados. Pouco depois, lançou sua autobiografia:
“Preta Gil: Os Primeiros 50”, onde fala abertamente sobre a vida, o câncer e o término de seu casamento com Rodrigo Godoy, em 2023.
“Não foi uma vida fake. Vivi com tudo de bom e ruim”, disse à época do lançamento.
Carreira marcada por irreverência e representatividade
Filha de Gilberto Gil e Sandra Gadelha, Preta Maria Gadelha Gil Moreira lançou seu primeiro álbum, Prêt-à-porter, em 2003 — já estampando sua postura ousada e desafiadora dos padrões.
Destaques da carreira:
- Álbuns como Preta (2005), Sou como sou (2012) e Todas as cores (2017)
- Criação do famoso Bloco da Preta em 2009, um dos maiores do Carnaval do Rio
- Participações em novelas como Cheias de Charme, Caminhos do Coração e filmes como Crô em Família
- Apresentadora do programa Vai e Vem, no GNT
- Fundadora da Mynd, empresa de marketing de influência e entretenimento
Uma voz contra padrões, preconceitos e pela liberdade
Preta Gil foi referência de autoaceitação, empoderamento feminino e liberdade sexual. A cantora afirmava-se bissexual e era uma defensora ativa dos direitos LGBTQIA+, lutando contra o racismo, a gordofobia e o machismo.
“Se eu fosse magra, a capa nua não teria causado tanta polêmica”, disse à época do lançamento do primeiro álbum.
Relação com Gal Costa e perdas marcantes
Em sua autobiografia, Preta descreve a forte ligação com a madrinha Gal Costa, a quem chamava de “paixão de infância”. As duas estreitaram laços ainda mais a partir de 2017, quando gravaram juntas a música “Vá se benzer”.
Vida pessoal e maternidade
Preta teve um filho, Francisco Gil, com o ator Otávio Muller. Também foi casada com Carlos Henrique de Lima e com o personal trainer Rodrigo Godoy, com quem viveu de 2015 até 2023. A separação ocorreu durante o tratamento da doença, após descoberta de traição.