Jimmy Cliff | Divulgação
Jimmy Cliff | Divulgação

O mundo da música perdeu uma de suas maiores lendas: o cantor e compositor jamaicano Jimmy Cliff faleceu aos 81 anos. A informação foi confirmada nesta segunda-feira (24) em uma nota emocionante publicada no Instagram por sua esposa, Latifa. A causa da morte foi uma convulsão seguida de pneumonia.

“É com profunda tristeza que compartilho que meu marido, Jimmy Cliff, partiu após uma convulsão seguida de pneumonia”, escreveu Latifa, agradecendo o apoio dos fãs ao redor do mundo.


O legado do rei do Reggae e Ska

Jimmy Cliff foi um dos pilares que impulsionaram o reggae e o ska jamaicano para o cenário global, antes mesmo de nomes como Bob Marley ganharem o mainstream. Ele assinou com a lendária Island Records aos 20 anos e lançou sucessos atemporais:

  • “The Harder They Come”
  • “You Can Get It If You Really Want”
  • “Many Rivers to Cross”
  • “Wonderful World, Beautiful People”

Em 1972, ele protagonizou o filme “The Harder They Come” (“Balada Sangrenta”), que não só o consolidou como ator, mas também abriu as portas internacionais para a cultura rastafári e para a música reggae.


Uma profunda conexão com o Brasil

Jimmy Cliff mantinha uma relação de longa data e muito afeto com o Brasil, país que ele visitou e onde viveu por anos, especialmente no Rio de Janeiro e na Bahia.

  • Inspiração Carioca: Sua conexão começou em 1968, no Festival Internacional da Canção no Rio. Foi ali, inspirado pela energia local, que ele começou a compor seu hit mundial “Wonderful World, Beautiful People”.
  • Parcerias Nacionais: Gravou o clipe de “We All Are One” nas praias do Rio em 1984 e regravou “The Harder They Come” (na versão “Querem Meu Sangue”) com os Titãs no Acústico MTV.
  • Laços Baianos: Na Bahia, ele mergulhou na cultura afro-brasileira e teve uma filha: a atriz Nabiyah Be, nascida em Salvador, que ganhou destaque mundial ao atuar em “Pantera Negra” da Marvel.

Em 1980, mesmo devastado pela notícia da morte do pai minutos antes de subir ao palco com Gilberto Gil, Cliff decidiu cantar, vivenciando, segundo ele, uma “energia muito forte” naquela noite.