
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta terça-feira (17) que o Google envie à Corte informações detalhadas sobre quem publicou uma cópia da chamada “minuta do golpe” em um site de domínio público na internet.
A decisão de Moraes foi motivada por um pedido apresentado pela defesa do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres. Ele é um dos réus do núcleo 1 da suposta tentativa de golpe investigada pelo STF.
Cópia da minuta foi encontrada na casa de Torres
Em 2023, durante uma operação de busca e apreensão realizada pela Polícia Federal (PF), uma versão impressa da minuta foi apreendida na casa de Torres. Segundo as investigações, o documento teria sido de conhecimento do ex-presidente Jair Bolsonaro e serviria como base para um decreto de estado de defesa, com o objetivo de reverter o resultado das eleições de 2022 e impedir a posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva.
Defesa quer comprovar que o texto circula na internet
Os advogados de Anderson Torres buscam minimizar o peso do documento nas investigações. Para isso, argumentam que a minuta já estava disponível na internet e não teria relação direta com um suposto plano golpista articulado por Bolsonaro.
Após obter os dados do Google, a defesa pretende solicitar uma perícia técnica para tentar demonstrar que a minuta encontrada na casa de Torres não corresponde ao documento que teria sido apresentado pelo ex-presidente aos então comandantes das Forças Armadas.
Acareação com ex-comandante do Exército
Além disso, o ministro Alexandre de Moraes autorizou uma acareação entre Anderson Torres e o ex-comandante do Exército, general Freire Gomes. A audiência foi marcada para a próxima terça-feira (24).
De acordo com os advogados de Torres, a acareação é fundamental para esclarecer contradições nos depoimentos prestados por Gomes à Polícia Federal, no âmbito das investigações.
Vale lembrar que o general Freire Gomes foi ouvido como testemunha e participou de uma reunião em que, segundo relatos, o então presidente Jair Bolsonaro teria apresentado estudos com o intuito de obter apoio das Forças Armadas para uma tentativa de golpe em 2022.