© Unesp/Divulgação
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O Brasil se despede de um de seus maiores escritores. Luis Fernando Verissimo, autor de mais de 80 livros e responsável por personagens inesquecíveis como Ed Mort, As Cobras e o Analista de Bagé, morreu na madrugada deste sábado (30), em Porto Alegre, aos 88 anos, em decorrência de uma pneumonia grave.

Ele estava internado desde o dia 11 de agosto em uma unidade de terapia intensiva (UTI)  do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretou luto oficial de três dias em todo o país, publicado em edição extra do Diário Oficial da União, em homenagem ao legado cultural do escritor.


O adeus a Verissimo

O velório aconteceu na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, reunindo familiares, amigos, artistas e leitores que cresceram com suas crônicas bem-humoradas e afiadas sobre o cotidiano brasileiro.

Em nota de pesar, Lula destacou a relevância do escritor para a democracia e para a literatura nacional:

“Dono de múltiplos talentos, cultivou inúmeros leitores em todo o Brasil com suas crônicas, contos, quadrinhos e romances. Criou personagens inesquecíveis, como o Analista de Bagé, As Cobras e Ed Mort. Soube usar a ironia para denunciar a ditadura e defender a democracia.”


Trajetória e legado

  • Mais de 80 livros publicados.
  • 5,6 milhões de cópias vendidas.
  • Obras marcantes como As Mentiras que os Homens Contam, A Grande Mulher Nua e O Popular.
  • Sucesso absoluto com O Analista de Bagé (1981), esgotado em uma semana.
  • Criador de séries adaptadas para a TV, como A Comédia da Vida Privada.
  • Carreira multifacetada: cartunista, tradutor, roteirista, publicitário, dramaturgo e músico (saxofonista).

Filho do escritor Érico Verissimo, Luis Fernando deixa a esposa Lúcia Helena Massa e três filhos: Pedro, Fernanda e Mariana Verissimo.


Repercussão nacional

Políticos, escritores, artistas e leitores manifestaram pesar nas redes sociais, ressaltando que Verissimo marcou gerações com sua escrita irônica, leve e profundamente crítica. Sua obra segue como referência de humor, estilo e inteligência na literatura brasileira.