
O laudo da autópsia realizado no Hospital Bali Mandara, divulgado nesta sexta-feira (21), confirmou que a brasileira Juliana Marins, de 26 anos, faleceu cerca de 20 minutos após sofrer uma queda em uma encosta íngreme no Monte Rinjani, na Indonésia.
A causa da morte, segundo o laudo, foi um trauma torácico severo decorrente de impacto por violência contundente, resultando em hemorragia interna e danos fatais aos órgãos respiratórios.
Impacto comprometeu órgãos vitais no tórax
De acordo com o médico legista Ida Bagus Putu Alit, os ferimentos mais graves estavam localizados no tórax, especialmente na parte posterior do corpo. O impacto comprometeu gravemente os pulmões e estruturas respiratórias, tornando a morte inevitável. Juliana também apresentou escoriações nas costas, membros superiores e inferiores, e ferimentos na cabeça.
“Estimamos que, no máximo, 20 minutos após a queda, ela já não apresentava mais sinais vitais. Não havia indícios de hipotermia ou de que tenha sobrevivido por longos períodos” explicou o legista.
Morte por hipotermia foi descartada
Inicialmente, cogitou-se que Juliana pudesse ter morrido por hipotermia, já que vestia roupas leves (calça jeans, camiseta, luvas e tênis) em uma região de altitude e frio intenso. No entanto, a análise dos tecidos do corpo descartou essa possibilidade.
“Não foram identificados sinais clássicos de hipotermia, como necrose nas extremidades ou coloração escura nos dedos. A conclusão é de que a morte foi causada diretamente pelo impacto, com acúmulo de sangue na cavidade torácica” detalhou o perito.
Corpo foi removido do Monte Rinjani após operação de alto risco
Juliana caiu em uma das áreas mais perigosas da trilha rumo ao cume do Monte Rinjani, o segundo vulcão mais alto da Indonésia, com mais de 3.700 metros de altitude. O acidente ocorreu em 21 de junho, na região de Cemara Nunggal, a cerca de 2.600 metros acima do nível do mar, durante uma trilha guiada.
A operação de resgate durou quatro dias e envolveu seis equipes de salvamento e dois helicópteros, dificultada por neblina intensa e terreno instável. O corpo foi encontrado quatro dias depois da queda e removido no dia seguinte, após o fechamento temporário do parque nacional para turistas.
Autópsia foi realizada na ilha de Bali
O corpo de Juliana chegou ao Hospital Bali Mandara por volta das 11h35 (horário de Brasília) da última quinta-feira, vindo do Hospital Bhayangkara, na mesma província. A transferência ocorreu porque o hospital local não possuía especialistas forenses capacitados para o procedimento.
“Os ferimentos, incluindo o da cabeça, não apresentaram sinais de evolução lenta, como hérnia cerebral ou retração orgânica. Isso reforça a hipótese de que a morte foi quase imediata, resultado direto do trauma” destacou o médico forense.
Caso gera comoção e mobilização nas redes sociais
A tragédia gerou forte repercussão no Brasil. Nas redes sociais, amigos, familiares e internautas acompanharam cada atualização com esperança. A comoção mobilizou milhares de brasileiros, que pressionaram autoridades locais por informações, apoio consular e transparência durante a busca.