
Niterói ganha um ponto fixo para celebrar o samba feito por mulheres. A partir de 7 de novembro (sexta-feira), o coletivo Mulheres no Samba realiza uma roda semanal no Bar do Alex, em Santa Rosa, das 18h às 21h, com entrada gratuita e cachê colaborativo (ChaPix). A iniciativa fortalece o protagonismo feminino nos palcos fluminenses e cria um espaço de formação, trabalho e visibilidade para novas artistas.
Roda de samba fixa em Niterói: datas, local e proposta
- Quando: toda sexta-feira, a partir de 7 de novembro
- Horário: 18h às 21h
- Onde: Bar do Alex – Rua Dr. Paulo César, 297, Santa Rosa (Niterói)
- Acesso: entrada gratuita + contribuição voluntária durante a apresentação (ChaPix)
- Formato: roda acústica e colaborativa, aberta à participação do público
A roda semanal visa valorizar a presença feminina no samba e impulsionar a nova geração de instrumentistas e cantoras formadas em projetos sociais e de formação cultural, como a Oficina das Minas, referência na promoção do protagonismo feminino e na ampliação de oportunidades no setor.

Um espaço fixo para o samba delas
A produtora cultural e pesquisadora Camille Siston, à frente de projetos que destacam o protagonismo feminino na música, sublinha a urgência de palcos permanentes para essas artistas:
“Niterói é uma cidade celeiro de músicos, sempre tivemos grandes nomes que são referência nacional para o samba. Mas não temos referências femininas como instrumentais, e agora o cenário já não é mais o mesmo. É necessário que os contratantes olhem para essa mulherada que estão chegando. Isso vai para os donos dos bares e para a prefeitura. Recebam projetos protagonizados por mulheres, desta forma todos irão incentivar que novas mulheres ocupem esses espaços e façam da arte uma produção, fomentando a cadeia produtiva da cultura”.
A fala reforça o impacto cultural e econômico: mais contratações, circulação de renda e formação de público para o samba de mulheres em Niterói e no Rio de Janeiro.
Quem faz a roda: instrumentistas e cantoras da cena niteroiense
O coletivo reúne artistas de diferentes grupos da cidade, evidenciando a diversidade de trajetórias e escolas musicais:
- Bárbara Guimarães – violão (Samba Que Elas Querem)
- Martinha – cantora (Sambariah)
- Clarice Maciel – pandeiro e conga (Batuque de Pife e Choro das Minas)
- Raquel Marques – pandeiro (Samba Trio)
- Jessyca Ugoline – voz e percussão (Samba Matilde)
- Thainã Viana, Flavia Freitas, Carol Menezes, Danieli Farias, Cindy Krauser e Fernanda de Paula – novas vozes da cena
Encontro de gerações e redes de apoio
A movimentação inspira novas formações femininas, como a Roda Clandestina, liderada por Carolina Vergara (aluna de surdo e produtora executiva do grupo). Esse encontro entre gerações fortalece o samba produzido por mulheres, cria redes de aprendizado, amplia o acolhimento e potencializa a circulação de repertórios, saberes e oportunidades.
Serviço — Roda de Samba com Mulheres no Samba de Niterói Nova Geração
- Estreia: 7 de novembro (sexta)
- Periodicidade: semanal
- Horário: 18h às 21h
- Local: Bar do Alex
- Endereço: Rua Dr. Paulo César, 297 — Santa Rosa, Niterói
- Acesso: Evento gratuito com cachê colaborativo (ChaPix)
CSISTON Produção Integrada: cultura, memória e protagonismo feminino
Fundada e coordenada por Camille Siston, a CSISTON Produção Integrada desenvolve projetos culturais que articulam memória, formação e inclusão. Com atuação em produção de eventos, pesquisa acadêmica e gestão cultural, a iniciativa valoriza o samba, a diversidade e a ocupação dos espaços públicos como prática de transformação social.
Oficina das Minas: formação musical e impacto social
A Oficina das Minas, idealizada pela CSISTON Produção Integrada e coordenada por Camille Siston (produtora cultural, jornalista e pesquisadora), oferece aulas gratuitas de percussão, violão e cavaquinho exclusivamente para mulheres, com foco em inclusão, empoderamento e acesso à cultura por meio da música.
O projeto combate a invisibilidade da mulher no samba e promove debates sobre machismo estrutural, etarismo, homofobia e marginalização de mulheres em espaços culturais. Também contribui para processos terapêuticos de mulheres em situação de vulnerabilidade, incluindo aquelas em tratamento após violência doméstica, criando um ambiente acolhedor para ressignificar histórias e ocupar com potência espaços públicos e privados.
Aulão coletivo mensal
Uma vez por mês, o projeto realiza um aulão coletivo em espaço público, reunindo alunas de cavaco, violão e percussão para prática integrada — experiência que fortalece o vínculo comunitário e a formação continuada.