Oficina das Minas
Foto: Divulgação

Uma roda de samba com mais de 200 instrumentistas vai tomar o Centro de Niterói no dia 13 de dezembro — e por ingresso solidário de R$ 2. O encontro celebra o disco “Pagode da Tia Doca” e marca a conclusão do ano do projeto social Oficina das Minas, que já matriculou mais de 400 alunas em 2025.

Roda de samba em Niterói homenageia o “Pagode da Tia Doca”

No sábado, 13 de dezembro, a partir das 15h, acontece uma grande roda de samba no clube Fluminensinho, no Centro de Niterói, em homenagem à baluarte Tia Doca e ao disco “Pagode da Tia Doca”. As protagonistas do evento serão as alunas do projeto social Oficina das Minas, com direção da sambista e professora de cavaco Dayse do Banjo.

O evento integra a conclusão do projeto social realizado ao longo do ano, com turmas de violão, percussão, cavaco e preparação vocal. O ingresso solidário custa R$ 2 e pode ser retirado no Sympla.

Oficina das Minas
Foto: Divulgação

Disco lançado em 2000 virou referência entre sambistas

Lançado em 2000, o álbum “Pagode da Tia Doca” foi gravado no quintal da casa da própria Tia Doca, onde ela mantinha sua roda de samba. O disco reúne um repertório amplo e traz na ficha técnica instrumentistas considerados referência nacional no samba, como Carlinhos Sete Cordas (violão de 7) e Márcio Vanderlei (cavaco e banjo). A produção foi feita por Milton Manhães, e as vozes são das Pastoras do Pagode da Tia Doca.

Repertório como “manutenção cultural” para as alunas

A proposta de trabalhar o repertório do disco com as alunas da Oficina das Minas é ampliar o acesso a esse patrimônio musical, apresentando os músicos que integravam o Pagode e, principalmente, garantindo o aprendizado das levadas do samba. Em 2025, o projeto matriculou mais de 400 alunas.

Dayse do Banjo assina direção e lidera banda de professoras

A direção do evento é assinada por Dayse do Banjo, professora de cavaco, instrumentista, compositora e cantora, com mais de 30 anos de carreira.

A banda base será formada pelas professoras do projeto:

  • Valéria Gomes (violão)
  • Dayse do Banjo (cavaco)
  • Mari Araújo (pandeiro)
  • Suelen Fonseca (surdo)
  • Luiza Dionizio (voz)

Além disso, a roda recebe como convidada a percussionista Clarice Maciel.

Festa também homenageia Tia Surica e cria medalha “Guardiã do Samba”

A festa de fim de ano da Oficina das Minas 2025 vai homenagear a baluarte Tia Surica, presidente de honra da Portela. Ela integrou a primeira formação da Velha Guarda da Portela ao lado da Tia Doca, e as duas marcaram a história do samba.

Neste ano, a Oficina das Minas lançará a medalha Guardiã do Samba. A partir de agora, a proposta é entregar o prêmio, anualmente, a uma mulher que seja inspiração e fonte de sabedoria sobre o samba.

O que é a Oficina das Minas e como o projeto atua

Iniciado em 2023, o projeto Oficina das Minas oferece aulas gratuitas de cavaco, violão, percussão e preparação vocal, com foco em inclusão social e combate à invisibilidade da mulher no samba. Além do desenvolvimento de habilidades musicais, a iniciativa busca:

  • fortalecer autoestima e empoderamento
  • criar espaços de acolhimento
  • contribuir para uma rede de apoio a mulheres vítimas de violência doméstica, com foco na ressignificação de suas vidas

Desde 2023, o projeto já capacitou mais de 500 alunas.

Idealização, encontros e reserva de vagas

Idealizado pela CSISTON Produção Integrada e coordenado por Camille Siston, o projeto reúne mulheres em encontros semanais e em um aulão coletivo mensal, quando as alunas ocupam espaços públicos para praticar juntas as modalidades.

Financiado pela Prefeitura de Niterói e pela Secretaria Municipal das Culturas, por meio do Fomento Direto, o projeto reserva 20% das vagas para mulheres atendidas pela Secretaria da Mulher, incluindo alunas do CEAM, integrando a música ao processo terapêutico e de reconstrução da autoestima.

Site e redes: https://oficinadasminas.com.br/@oficinadasminasrj

Por que o “Pagode da Tia Doca” é tão simbólico

A Casa de Tia Doca é um marco histórico da cultura do samba e da tradição do subúrbio carioca. Foi no quintal de Jilçária Cruz da Costa (nome de batismo de Tia Doca) que surgiu um pagode que se tornou centro de efervescência cultural a partir de meados dos anos 1970.

Pelo espaço, circularam nomes como Zeca Pagodinho (ainda jovem promessa), além de baluartes da Portela. A casa também abrigava ensaios da Velha Guarda. Entre as presenças frequentes estavam Clara Nunes, Jovelina Pérola Negra, Paulinho da Viola e Dona Ivone Lara. Dudu Nobre, ainda criança, já mostrava talento ao cavaquinho na roda.

Serviço — Oficina das Minas canta Pagode da Tia Doca

Local: Fluminense Atlético Clube (Fluminensinho)
Endereço: Rua Xavier de Brito, 22, Centro, Niterói, RJ
Data: sábado, 13 de dezembro
Abertura: 15h
Início do samba: 17h
Término: 20h
Ingresso solidário: R$ 2,00
Rede social: instagram.com/oficinadasminasrj
Site: oficinadasminas.com.br/