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Guardiões do Mar lança exposição ‘Ser do Mangue’ em Niterói

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Guardiões do Mar

Para mostrar a importância dos manguezais fluminenses e as questões ambientais que atingem a Baía de Guanabara, o projeto Guanabara Verde — realizado pela ONG Guardiões do Mar, com patrocínio da Oceanpact – inaugura a exposição Ser do Mangue. A exposição, que traz uma programação cultural e de educação ambiental gratuita, poderá ser visitada até 01 de outubro, na Sala Hilda Campofiorito, no Centro Cultural Paschoal Carlos Magno, em Niterói, como parte das celebrações pelos 25 anos da ONG Guardiões do Mar.

O público é levado para dentro da APA de Guapi-Mirim por meio do ensaio fotográfico documental artístico de uma família típica de pescadores de caranguejo, que retira do manguezal o seu sustento. Alexandre Gonçalves, presidente da Associação de Caranguejos, Pescadores e Amigos de Itambí (Acapesca), junto com sua esposa Vanessa Lucia Bernardes e o filho Adryan, inspira novas sensações e experimentações com narrativa imagética que busca outras formas de conexão com esse ambiente.

“A labuta árdua e diária no manguezal enrijece até mesmo um coração mole. A esperança é figurada através de céu e mar. Mais uma vez, é a arte fazendo seu doce papel de tradução da ciência”, conta Rodrigo Campanário sobre o seu processo criativo.

Durante o seu trabalho de fotografar as operações de limpeza realizadas pela ONG nos manguezais fluminenses, Rodrigo Campanário se encantou com o lugar e a sua complexidade. “É no manguezal, aquela lama onde os corpos se atolam, aquele lugar onde as mais diversas dificuldades são parte do cotidiano, que nasce também um espaço de resistência que desafia as estruturas do poder estabelecido”, define Rodrigo.

“Comecei a olhar os corpos dos pescadores catando resíduos na lama e observei um universo de pareidolia com as árvores de mangue, raízes, brotos, animais… uma aula ao vivo de semiótica. Olhava atentamente os movimentos executados por eles e, quase tendo uma miragem, via seus corpos ganharem formas da natureza. Isso me abriu a possibilidade de retratar as semelhanças entre o corpo humano e o manguezal, condições em que se encontram na hora da coleta, seus traços, similaridades, fragilidades e principalmente a relação do ser humano com a natureza. Transformar isso em arte é um desafio”, completa Rodrigo.

Entremeadas às fotos, haverá placas com imagens, textos e uma imersão acessível, por meio de QR Codes sobre cada projeto desenvolvido pela ONG Guardiões do Mar.

Guanabara Verde e Guardiões do Mar

A ONG Guardiões do Mar é a organização que mais retirou resíduos sólidos no recôncavo da Guanabara na última década. Atuando como incubadora de projetos e ações socioambientais, a entidade ajuda a conservar esse ambiente e a valorizar os povos tradicionais que dele vivem, além de mobilizar lideranças comunitárias para a conservação de manguezais e combate ao lixo nos ecossistemas costeiros.

Como meta, a ONG pretende realizar, no período de 2021-2030, o plantio de meio milhão de árvores de mangue, das três espécies principais na região. Já foram plantadas 30.500 mudas de mangue, em 12,2 hectares até março de 2023, restaurados pelo Projeto Guanabara Verde, que conta com o patrocínio da Oceanpact, em parceria com o Instituto Mar Urbano e com a coordenação e campo, realizada pela Cooperativa Manguezal Fluminense, composta por pescadores artesanais e catadores de caranguejo.

No eixo Educação Ambiental, o projeto atua com o Grupo de Escoteiros do Mar Guapimirim e parceria, em ações de pesquisa, com a Fundação Rufford. O Guanabara Verde opera ainda em uma linha de pesquisa em manguezal, buscando identificar o impacto de resíduos sólidos na captação de carbono atmosférico pelas árvores de mangue.

“Muitas pessoas associam a palavra mangue a um ambiente sujo, malcheiroso e inóspito. Para ajudar a desmistificar essas percepções e mostrar a relevância desse ecossistema, temos trabalhado com exposições, que têm nos trazido excelentes resultados na disseminação de informações sobre esses ambientes”, destaca o presidente da ONG Guardiões do Mar, Pedro Belga.

Para o triênio 21/24, a ONG atua em ações integradas com realização de serviços ecossistêmicos, educação ambiental e pesquisa em oito municípios que fazem parte da região hidrográfica da Baía de Guanabara.

  • Exposição Ser do Mangue

  • Período: Até 01 de outubro
  • Local: Sala Hilda Campofiorito, do Centro Cultural Paschoal Carlos Magno, no Campo de São Bento, em Niterói
  • Horário: Terça à sexta, 10h às 17h e Sábados, domingos e feriados, 9h às 14h
  • Entrada: Grátis
  • Classificação etária: Livre