4º Festival ODS

Festival ODS debate em Niterói futuro do trabalho e inclusão social

Sergio Andrade, diretor executivo da Agenda Pública/Divulgação
Sergio Andrade, diretor executivo da Agenda Pública/Divulgação

No dia 19 de julho, será realizado, na Sala Nelson Pereira dos Santos em Niterói, a quarta edição do Festival ODS, que neste ano coloca em pauta o futuro do trabalho, a inclusão social e o desenvolvimento de iniciativas públicas e privadas para promover aumento de produtividade e oportunidades de inserção  profissional para jovens e pessoas 50+.

Serão abordados aspectos como o crescimento da inteligência artificial e os desafios da transição justa, que visa a economia de baixo carbono. O evento é uma iniciativa da Agenda Pública, realizada em parceria com a Prefeitura de Niterói e patrocínio da Fundação Volkswagen.

O Festival ODS tem como principal meta apontar caminhos estratégicos para os principais desafios encontrados no atual mercado de trabalho, trazendo um formato diferenciado de evento a partir de laboratórios para construção de soluções práticas, envolvendo empresas, governos, ONGs e sociedade civil.

A programação é norteada por quatro eixos temáticos: transformações digitais e automação do trabalho; empreendedorismo e trabalho informal; desafios geracionais (juventudes e 50+), e educação inclusiva.

SolutionsLabs, oficina que antecede o Festival para o debate de soluções que serão mais exploradas no dia do evento | Divulgação

Entre os participantes do evento estão: Sergio Nobre, presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), André Godoy, diretor executivo da Associação Brasileira de Desenvolvimento, Pedro Fernando Nery, economista e autor do livro “Extremos do Mundo”, Marcos Lima, gestor de investimentos do BNDES e Fernanda Castanheira, vice-presidente de Sustentabilidade da Vale

A primeira vertente acende o alerta para os impactos da automação de processos e sua utilização em larga escala, que já tem levado a uma queda significativa no número de vagas disponíveis no mercado. Este cenário foi abordado pelo relatório do FMI (Fundo Monetário Internacional),publicado em janeiro de 2024, indicando que a inteligência artificial deverá afetar 40% de todos os empregos do mundo. No Brasil, cerca de 41% dos empregos correm algum tipo de risco por conta da IA, segundo a mesma pesquisa. Diante desses dados, a ideia é propor debates e estratégias para mitigar os efeitos negativos da transformação digital na oferta de empregos.

A segunda vertente, por sua vez, trata sobre os impactos que o uso disseminado das tecnologias  já causa no mercado de trabalho, como o aumento do trabalho informal, sem regulação determinada, como no caso dos motoristas de aplicativo. Em 2022, o emprego informal já era adotado por mais de 1,5 milhão de pessoas, segundo o Instituto de Pesquisa e Econômica Aplicada (Ipea). O projeto de lei PL 12/2024 apresentado pelo Governo Federal em março deste ano propõe a criação de direitos trabalhistas para motoristas de aplicativos, mas ainda não foi votado pelo Congresso Nacional.

Já a terceira e a quarta vertente abrem o debate sobre a questão geracional e as novas habilidades que serão exigidas dos profissionais, tanto aqueles mais antigos no mercado de trabalho quanto os jovens em busca de suas primeiras oportunidades. Segundo o levantamento do Fórum Econômico Mundial (FMI), cerca de 23% dos empregos irão mudar até 2027, com 69 milhões de novas vagas criadas e 83 milhões eliminadas. A pesquisa também apontou que seis em cada dez trabalhadores precisarão de treinamento antes de 2027, mas apenas metade dos funcionários tem acesso a oportunidades para qualificação profissional. O relatório também estima que, em média, 44% das habilidades de um trabalhador individual precisarão ser atualizadas.

Por outro lado, a atual conjuntura socioambiental e os problemas sociais advindos das mudanças climáticas criam novas demandas no meio profissional. É o caso dos postos de trabalho focados em sustentabilidade, que exigem mão de obra qualificada e têm o potencial de gerar mais de 1 milhão de novos empregos. Ainda segundo o relatório, estima-se que cerca de 10% de novos cargos sejam criados no setor da educação, o que resultaria em 3 milhões de empregos adicionais para professores de educação vocacional e professores de universidades e ensino superior.

Para Sergio Andrade, diretor executivo da Agenda Pública, o tema proposto no Festival ODS deste ano traz à tona uma conversa evitada, mas urgente:  “A discussão sobre o futuro do trabalho, empregabilidade e a inclusão produtiva é mais necessária do que nunca. A transição para economia de baixo carbono e a ascensão da inteligência artificial, além de outras tecnologias disruptivas, nos últimos anos revelou o potencial que ela possui e a necessidade de debatermos medidas e planos para adaptação tanto a força de trabalho atual quanto dos futuros trabalhadores que estarão no mercado nos próximos anos”.

O diretor afirma ainda que “a transição justa proposta no Acordo de Paris para uma economia de baixo carbono pode aquecer e impulsionar a criação de empregos verdes  , ou relacionados à economia do cuidado que, como mostram as pesquisas, serão lacunas de oportunidade indispensáveis.”, afirma Andrade.

Segundo Vitor Hugo Neia, Diretor-Superintendente e de Relações Institucionais da Fundação Grupo Volkswagen, o apoio ao Festival ODS reforça o compromisso da instituição com a mobilidade social. “O principal objetivo da Fundação é gerar um impacto significativo na mobilidade social, concentrando nossos esforços na promoção da inclusão produtiva como meio para alcançar esse objetivo. Assim, estamos entusiasmados em contribuir com um evento como este e compartilhar nosso conhecimento e práticas bem-sucedidas, visando a construção de um futuro mais justo e sustentável para todos.”, comenta.

  • 4º Festival ODS – Futuro do Trabalho e Inclusão
  • Data: 19 de julho, das 09h às 18h
    Local: Sala Nelson Pereira dos Santos (Av. Visconde do Rio Branco, 880 – São Domingo, Niterói – RJ)
  • Valor: gratuito
  • Inscrições e programação: por meio do site