Divulgação/Museu Janete Costa
Divulgação/Museu Janete Costa

O Museu Janete Costa de Arte Popular, em Niterói, inaugura a exposição “Acolher”, uma mostra que coloca o cuidado e a memória no centro da arte popular. Com peças que guardam alimentos, água e histórias, a exposição convida o público a olhar para o “Brasil profundo” com respeito e pertencimento. A mostra segue em cartaz até 29 de março de 2026.

Museu Janete Costa recebe a exposição “Acolher” em Niterói

O Museu Janete Costa de Arte Popular recebe, em Niterói, a exposição “Acolher”. Com curadoria e cenografia de Jorge Mendes, a mostra fica em cartaz até 29 de março de 2026.

“Acolher”: mais do que receber, um gesto de cuidado e preservação

“Acolher é mais do que receber. É tratar com cuidado, proteger, preservar.” A partir dessa ideia, a exposição propõe um percurso por objetos e materiais que sustentam o cotidiano e, ao mesmo tempo, guardam o que é essencial: alimentos, água, memórias, saberes e histórias.

Na mostra, potes de cerâmica, cestarias, gamelas e caixas confeccionadas por grandes artistas populares, cooperativas e comunidades tradicionais ganham destaque. São obras feitas por grupos indígenas, quilombolas, sertanejos e ribeirinhos, em peças que atravessam gerações e revelam, em cada detalhe, a marca de quem moldou e de quem ensinou o ofício.

Barro, fibra e madeira: a matéria que guarda histórias

Segundo o curador, Jorge G. Mendes, “no barro, na fibra e na madeira estão gravadas histórias de um Brasil profundo”, em diálogo com práticas de toda a América Latina. A exposição reforça esse fio comum entre povos distintos, que compartilham o mesmo gesto:

  • acolher para proteger
  • proteger para preservar
  • preservar para celebrar

Para o curador, a arte popular latino-americana nasce desses “laços invisíveis”, trançados na mesma matéria e nutridos pelo saber coletivo e pelo desejo de manter viva a memória.

“Amigo é coisa para se guardar / do lado esquerdo do peito.”Canção da América – Milton Nascimento / Fernando Brant

Fundação de Arte de Niterói reforça compromisso com o patrimônio cultural

Para Micaela Costa, Presidenta da Fundação de Arte de Niterói, a exposição evidencia que “acolher é um gesto de humanidade” e um ato que reconhece, legitima e preserva o outro. A reunião das obras, criadas por artistas populares e por comunidades tradicionaisindígenas, quilombolas, sertanejas e ribeirinhas — reafirma o compromisso da instituição em proteger e valorizar o patrimônio cultural e artístico brasileiro, especialmente aquele que nasce “das mãos e dos saberes coletivos”.

Nesse encontro, o Museu Janete Costa de Arte Popular se torna “um espaço de pertencimento”: um lugar em que memórias são honradas, identidades são reconhecidas e o Brasil profundo ganha visibilidade e respeito. A expectativa é que a exposição inspire cada visitante a acolher histórias, tradições, territórios e pessoas.