O carnaval, a política e o trio pé quente

E a eleição daqui a 9 meses? A gestação da eleição já começou e o clima da folia revelou algumas fantasias e foliões políticos, a maioria sem samba no pé, mas com as sutilezas nos cochichos de pés de ouvidos, buscando acordos e apoios nos camarotes e desfiles. (Galeria de fotos abaixo)

No palanque oficial do desfile em Niterói, no Caminho Niemeyer, poucos políticos estiveram presentes, mas mesmo assim, o prefeito Axel Grael, se soltou na passarela do samba e, nos intervalos das escolas, caminhou pela avenida, e sentiu o carinho do público sob muitos aplausos, tendo ao seu lado, o vice-prefeito, Paulo Bagueira. Apareceram também no desfile e no palanque, o vereador Anderson Pipico (PT), que é bastante engajado no samba, o presidente da Câmara, Milton Cal (União) e a vereadora Benny Briolly (PSOL).

Quem também esteve na Passarela do Caminho Niemeyer foi a deputada federal Talíria Petrone (PSOL), que foi recebida com elegância no palanque oficial pelo prefeito Axel Grael. Gesto de boa política. Ela ficou poucos minutos no palanque e saiu. Nos carnavais de bairros, presentes tanto o prefeito Axel Grael, como o vice Paulo Bagueira e o Secretário Executivo, Rodrigo Neves.

No maior cenário do samba do País, na cidade do Rio de Janeiro, as novidades foram os efeitos da iluminação e a serpente da Viradouro, neste ano em que se comemora os 40 anos do Sambódromo, um patrimônio da cultura e da Educação, criado no governo de Leonel Brizola, com Darcy Ribeiro e projeto arquitetônico de Oscar Niemeyer.

Na espera da apresentação do Viradouro, o clima foi mais pulsante, tanto na plateia como nos cochichos dos camarotes. De um lado, Rodrigo Neves, pré-candidato à eleição da Prefeitura de Niterói, costurava com muita tranquilidade a aliança com o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD). E, já no descontraído papo com o deputado federal Alessandro Molon, consolidava a aliança com o PSB, e abria diálogo com o prefeito de Maricá, Fabiano Horta (PT). Em outro camarote, o deputado federal Washington Quaquá (PT) vibrava por sua escola ao lado da deputada federal Talíria Petrone (PSOL).

Da política aos resultados | Retomando a história do desfile oficial das escolas de samba de Niterói, três escolas da cidade, Cubango, Sossego e Viradouro, ganharam status e passaram a representar Niterói no maior cenário do samba do País, na cidade do Rio de Janeiro. A escola Sossego saiu de cena. Este ano desfilaram, a Viradouro, Cubango e a nova escola Acadêmicos de Niterói, que substituiu a Sossego. Das três, a Viradouro cresceu, se agigantou e, com o título deste ano, ganhou o tri-campeonato.

Niterói ficou 10 anos sem desfile oficial das escolas de samba e começou um longo processo de retomada do desfile para o fortalecimento do carnaval. Lamentável para Niterói que já teve um sambódromo e foi considerado o segundo melhor carnaval do País, dito pelo escritor Jorge Amado.

Por várias razões o desfile em Niterói foi minguando na Av. Amaral Peixoto e depois para a Rua da Conceição. O processo de reconstrução do desfile oficial começa com o vereador Magaldi e o vereador e ex-presidente da Câmara de Niterói, atual vice-prefeito de Niterói, Paulo Bagueira.

Atualizando a história e a memória do carnaval de Niterói, com a morte de Magaldi, Bagueira passa a ser, com sua liderança, o padrinho do carnaval da cidade, buscando apoio público para o retorno do desfile e para as três maiores escolas Viradouro, Cubango e Acadêmicos de Niterói, que disputam no Rio. O desfile em Niterói volta a acontecer, depois de duas décadas, graças a garra de Bagueira e, na ocasião, o apoio do prefeito petista Godofredo Pinto.