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2º Congresso Brasileiro de Trilhas em Niterói já tem mais de 2170 inscritos

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Paralelamente ao evento no Caminho Niemeyer, haverá o Seminário da Rede Brasileira de Trilhas, para debater a importância das trilhas como preservação ambiental

Quando Niterói estiver sediando, entre 20 e 24 de setembro, o 2º Congresso Brasileiro de Trilhas no Caminho Niemeyer, o maior já realizado na área na América do Sul, a cidade também estará realizando em paralelo, o 1° Seminário Técnico-Científico da Rede Brasileira de Trilhas, com o tema “Caminhos e Desafios para a Conservação e Restauração da Conectividade da Paisagem”.

Os eventos estão sendo organizados pela Associação Rede Brasileira de Trilhas de Longo Curso, pela Prefeitura Municipal de Niterói e pela a Empresa de Lazer e Turismo (Neltur). Participantes de mais de 26 estados estarão na cidade. Para o Congresso, já são mais de 2170 inscritos.

O seminário conta ainda com o apoio do Projeto Estratégia Nacional para a Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção-GEF Pró-Espécies do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima.

O seminário inaugural tem como objetivo promover a harmonização de esforços entre iniciativas governamentais e não governamentais voltadas para a conservação da biodiversidade e revitalização de ecossistemas em trilhas de longo curso.

“Nosso objetivo primordial é destacar benefícios tanto para a sociedade quanto para o meio ambiente, fomentando diálogos construtivos e oportunidades de capacitação para os participantes da Rede Trilhas, incluindo gestores de Unidades de Conservação; pesquisadores e técnicos da conservação da biodiversidade e geodiversidade, da ecologia da paisagem e do planejamento territorial; coordenadores de trilhas de longo curso, operadores do turismo nas trilhas, educadores ambientais e demais interessados no tema”, explicou Hugo Castro presidente da Rede Brasileira de Trilhas .

A intenção é implementar as trilhas de longo curso de maneira ecologicamente sustentável e benéfica para a biodiversidade, sobretudo em relação às espécies ameaçadas de extinção.

O seminário está integrado à campanha global promovida pela ONU em prol da Década da Restauração dos Ecossistemas (2021/2030), sinalizando nosso comprometimento com os objetivos maiores de preservação ambiental e sustentabilidade.

Durante o 1° Seminário Técnico-científico, os organizadores do evento e convidados irão trabalhar o conceito de que a recreação e o turismo dependem do trabalho de conservação e que esse trabalho não se limita a colocar restrições de uso das áreas naturais, mas principalmente entender o “como usar”, para conservar o atrativo no médio e longo prazos. Quando uma trilha é considerada uma ferramenta de conservação, além da recreação e geração de renda, são estabelecidos os procedimentos para o uso e várias ações de manejo, como monitoramento de espécies, restauração de áreas degradadas, replantio, eliminação de espécies exóticas, entre outras atividades.

No Brasil, apesar de alguns exemplos, como na Trilha Transcarioca, onde está sendo feito a reintrodução e o monitoramento de algumas espécies da fauna (Parque Nacional da Tijuca) e a recuperação de áreas degradadas em vários trechos da trilha, o debate sobre como planejar e como monitorar a biodiversidade nas trilhas ainda é incipiente, o que justifica alocar esforços para promover avanços técnico-científicos sobre o tema.

O 1° Seminário será presencial e terá um dia de duração, com gravação para posterior divulgação. O evento é dividido em três blocos temáticos (conservação; recuperação; turismo científico) com mesas redondas com os seguintes temas: “Trilhas como Corredores Ecológicos: Perspectivas Científicas e Experiências Internacionais”; “Impactos sobre a Biodiversidade em Trilhas: Espécies exóticas invasoras e Exploração Excessiva de Espécies Nativas; Desafios e Oportunidades no Monitoramento da Biodiversidade e Geração de Renda em Trilhas”.

O presidente da Neltur (Niterói Empresa de Lazer e Turismo), André Bento, ressalta que Niterói assume cada vez mais a vocação natural para o ecoturismo. “A tendência do mercado é cada vez mais voltada para o Ecoturismo, modalidade que cresce mais de 20% em todo o mundo. Em Niterói, temos uma grande potencialidade”, ressalta. Neste sentido, ainda neste ano, está prevista a sinalização de 12 trilhas da cidade com pórticos nas entradas e sinalização interpretativa, descrevendo as trilhas, seus níveis de dificuldade, percurso, dentre outras informações. “Este mapeamento, com detalhes de sinalização e informação, além de facilitar o passeio dá mais segurança aos visitantes e turistas. O fato das trilhas serem sinalizadas e manejadas na cidade garante mais segurança para os frequentadores,” diz o presidente da Neltur.

Bento lembra que Niterói foi um dos primeiros municípios do país a integrar a Rede Brasileira de Trilhas. Há uma trilha de longo curso que perpassa grande parte da cidade: a Rota Charles Darwin, criada em 2018, e que vai até Maricá, ao longo de 28km. A Rota Charles Darwin é uma experiência que refaz parte do caminho realizado pelo naturalista britânico Charles Darwin em sua passagem pelo Brasil no Século XIX, além de buscar integrar a beleza natural da cidade ao percurso, conectando unidades de conservação (PARNIT e PESET) e atrativos de grande relevância (MAC, Caminho Niemeyer, Ilha da Boa Viagem, entre outros).

“O Congresso Brasileiro de Trilhas, é um evento que vai reunir um universo de técnicos, especialistas em Ecoturismo, em Niterói, que além da troca de experiências e do conhecimento sobre nosso potencial ambiental, vai impactar nossa economia, através de nossos polos hoteleiro, gastronômico e outros nichos de mercado”, destaca Bento. “Entre os mais de 2 mil inscritos até o hoje (dia 30/08), virá um público oriundo de 26 estados do país e também por isso, o evento será considerado o maior Congresso de Trilhas da América Latina e Niterói está preparada para receber esse público, com seus polos gastronômicos, alguns hotéis com preços acessíveis, na área central da cidade, onde acontecerá o evento e, outros atrativos para atender todos os tipos de participantes que estiverem na cidade entre os dias 20 e 24 de setembro, no Congresso”, afirma o presidente da Neltur.

Até o momento, são os seguintes estados brasileiros já com representantes inscritos: Acre, Alagoas, Amapá, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe, São Paulo e Tocantins.

Inscrições – As inscrições para o Congresso continuarão abertas até o dia 15 de setembro e maiores informações e inscrições podem ser feitas no site da Rede Brasileira de Trilhas (http://www.redetrilhas.org.br/w3/index.php/rede-trilhas/segundo-congresso-brasileiro-de-trilhas). O evento é indicado e organizado para o público geral que gosta de trilhas, gestores públicos e privados com atuação nas áreas de turismo, meio ambiente, lazer, recreação e cultura; gestores e funcionários de unidades de conservação; voluntários da Rede Brasileira de Trilhas; operadores turísticos; responsáveis por Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs); empresários e profissionais dos setores de equipamento, vestuário e calçados esportivos e das atividades outdoor; montanhistas; caminhantes/usuários de trilhas, entre outros.

O Congresso é destinado, também, a organizações e movimentos sociais que atuam na preservação e conservação ambientais, bem como em iniciativas de turismo de base comunitária, além de profissionais ligados às instituições de ensino e pesquisa.

O 2º Congresso Brasileiro de Trilhas contará com palestras, minicursos, oficinas técnicas para gestores e voluntários, fóruns para acordos institucionais e visitas técnicas em trilhas do Rio de Janeiro. Durante o evento haverá apresentação de casos de sucesso, com ênfase nos pilares fundamentais para o desenvolvimento e estruturação das Trilhas de Longo Curso, abordando temas como governança, sinalização padronizada, manejo de trilhas, capacitação, empreendedorismo, voluntariado, ecoturismo e turismo de base comunitária, lazer e interação com a Natureza.