Montada à beira-mar, em 4 containers, a exposição “Avant-Garde Saravá 1922 – 2022 – o erudito, o popular e a beleza do encontro”, da fotógrafa Renata Xavier, fica situada, até o dia 14 de maio, em um cenário convidativo – um visual cinematográfico, com o mar, o Corcovado e a silhueta do Rio de Janeiro como pano de fundo. Ao andar pelo calçadão da Orla de São Francisco, os visitantes poderão encontrar com personalidades de vanguarda de ontem e de hoje em lugares que resistiram aos últimos 100 anos. Nesta primeira edição do projeto, são expostos 10 ensaios realizados pela fotógrafa que valorizam a memória coletiva e apresentam quem fez e quem faz a história.
“Os vanguardistas do passado e do presente devem ter o seu trabalho lembrado e celebrado para as gerações futuras. Reminiscências, retratações e retratos. Buscamos falar da resistência da memória, das nossas raízes e valorizar a cultura nacional e seus artistas de ontem e de hoje. O que podemos salvar? Quais seriam os personagens esquecidos a serem lembrados? Quais são os espaços históricos dos anos de 1920 que ainda resistem? Quem representaria a vanguarda de hoje? Vamos descobrir juntos? O projeto ‘Avant-Garde Saravá’ tem o objetivo de deixar essas memórias vivas, na confluência entre o passado e o presente, entre o erudito e o popular. Um encontro com nós mesmos e com a nossa cultura, esse grande elo que une a todos nós brasileiros. Salve a vanguarda, salve a arte, salve a cultura! Avant-Garde Saravá!”, explica Renata.
A exposição proporciona encontros entre pessoas de diferentes gerações, em lugares históricos que permanecem vivos. Encontros que fundem passado e presente, por meio de imagens como as da atriz Erika Januza, rainha de bateria da Unidos do Viradouro, no Theatro Municipal de Niterói. Erika realizou uma foto performance representando as divas negras pioneiras dos palcos brasileiros dos anos 1920, pouco conhecidas, já que são raros os registros em imagens. Rosa Negra, Dalva Espíndola, Djanira Flora, Miss Mons, Soledade Moreira acabaram ‘apagadas’ da história. Entre as estantes do Real Gabinete Português, uma das bibliotecas mais lindas do mundo, a relação entre os imortais cronistas Ruy Castro e João do Rio, que eternizam a alma carioca.
Na mostra, o público vai poder ver, ainda, o legado da primeira cientista brasileira Bertha Lutz, que garantiu os direitos universais das mulheres na Carta da ONU, a partir das cientistas e pesquisadoras que estão reconstruindo o Museu Nacional. E o maestro Villa Lobos? Ele uniu a música erudita e popular, incentivou o ensino para crianças e adolescentes. Trazendo para os dias atuais, a Orquestra da Grota é um símbolo e uma expressão desses ideais. Elos invisíveis que unem as pessoas e podem ser materializados em fotografias.
O projeto “Avant-Garde Saravá 1922-2022 – O erudito, o popular e a beleza do encontro” foi realizado com os patrocínios do Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, através do Edital Retomada Cultural RJ2, e da Prefeitura de Niterói, Secretaria das Culturas, através do Edital Fomentão SMC 05/2021.
A autora Renata Xavier
Fotógrafa que atua em diferentes áreas: fotojornalismo, moda, eventos, editoriais, publicidade e artes plásticas. É uma cronista visual e a sua paixão é eternizar a vida.
Trabalhou no jornal O Globo e fez capas e editoriais para dezenas de revistas e jornais no Brasil e no exterior. Fotografou muitas personalidades, como Fernanda Montenegro, Fábio Porchat, Juliana Paes, Fátima Bernardes, Erika Januza, entre outras. Realizou trabalhos em diversos países e foi contemplada com muitos prêmios, entre eles o Prix de La Photographie Paris com 9 medalhas de ouro, prata e bronze. Renata foi escolhida pela marca Japonesa Nikon como influencer para a América Latina.
Nos últimos anos, seu trabalho ganhou espaço em importantes museus e galerias de Arte. Em 2021, realizou as exposições “Das Cinzas Voltar, nas Cinzas Vencer, Viradouro de Alma Lavada” e “Presente Distópico”, no Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC); e, em 2022, “Carnaval Te Amo”, quando transformou a Avenida Amaral Peixoto, no Centro de Niterói, em uma grande galeria de arte.
Por que o nome de “Avant-Garde Saravá”?
Avant-Garde é uma expressão francesa que significa ‘guarda avançada’, um grupo militar que vai à frente do exército para reconhecer o terreno. São pioneiros nas artes e em todas as áreas do conhecimento.
Saravá é uma expressão africana com origem na umbanda e no candomblé. Significa ‘salve’, ‘viva’, ‘cura’. Vanguarda que cura, vanguarda que salva, vanguarda viva. Avant-Garde Saravá!
- Avant-Garde Saravá 1922-2022 – O erudito, o popular e a beleza do encontro
- Visitação:
De segunda a sexta, das 7h às 10h e das 16h às 20h; e sábados e domingos, das 7h às 20h. Até 14 de maio. - Apresentações do Quarteto de Cordas com integrantes da Orquestra da Grota
7 de maio, domingos, às 17h – ao pôr do sol - Local da exposição e da apresentação da Orquestra da Grota: Praça do Rádio Amador s/n, Orla da Praia de São Francisco, Niterói
- Entrada Gratuita.