A jornalista Gloria Maria morreu no Rio na manhã desta quinta-feira (02), no hospital Copa Star. Em 2019 ela foi diagnosticada com câncer de pulmão. “É com muita tristeza que anunciamos a morte de nossa colega, a jornalista Glória Maria”, informou a TV Globo, em nota. Gloria estava internada no hospital Copa Star, em Copacabana, desde o dia 4 de janeiro, para dar prosseguimento a um tratamento de saúde. A notícia foi confirmada em um comunicado da TV Globo.
Em nota, o Grupo Globo lamentou: “A jornalista Gloria Maria morreu essa manhã. Em 2019, Gloria foi diagnosticada com um câncer de pulmão, tratado com sucesso com imunoterapia, e metástase no cérebro, tratada cirurgicamente, incialmente também com êxito. Em meados do ano passado, a jornalista iniciou uma nova fase do tratamento para combater novas metástases cerebrais que, infelizmente, deixou de fazer efeito nos últimos dias. Glória marcou a sua carreira como uma das mais talentosas profissionais do jornalismo brasileiro, deixando um legado de realizações, exemplos e pioneirismos para a Globo e seus profissionais. Glória deixa duas filhas, Laura e Maria.”
Gloria comemorava aniversário em 15 de agosto, mas seu ano de nascimento sempre foi um mistério, nunca confirmado oficialmente pela profissional. A idade do ícone da televisão nunca foi confirmada e era mantida em sigilo pela jornalista. Embora o Google afirmasse que ela teria nascido em 1949, ela nunca confirmou o número e disse em 2019 “O Google mente”.
Gloria Maria foi a primeira repórter a entrar ao vivo e, em cores, no Jornal Nacional. Nasceu no bairro de Vila Isabel, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Graduada em jornalismo pela PUC-RJ, na década de 60 foi princesa do bloco carnavalesco Cacique de Ramos. Segundo Bira Presidente, ela conseguiu seu primeiro emprego quando foi, junto com o bloco, apresentar-se no programa do Chacrinha, na TV Globo. Após o apresentação, conseguiu um estágio na emissora, já que tinha concluído o curso superior.
Foi efetivada no departamento de jornalismo nos anos de 1970, e sua primeira reportagem para a Rede Globo foi sobre a queda do Elevado Paulo de Frontin, em 20 de novembro de 1971. Não demorou muito para tornar-se âncora da emissora, apresentando vários programas jornalísticos como RJTV, Jornal Hoje, e Fantástico, que apresentou de 1998 a 2007, quando pediu uma licença de dois anos.
Tornou-se conhecida pelas reportagens especiais e viagens que fez a lugares exóticos, como o deserto do Saara e a Palestina, dentre outras. Gloria cobriu também a Guerra das Malvinas, em 1982.
Em janeiro de 2010, reuniu-se com os diretores de jornalismo da Rede Globo, sendo então decidido que ela seria repórter especial do programa Globo Repórter, do qual participou por vários anos, algumas vezes como co-apresentadora, ao lado de Sérgio Chapelin, e posteriormente, Sandra Annenberg.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lamentou pelo Twitter, a morte da jornalista Gloria Maria. “Recebo com muita tristeza a notícia da morte de Glória Maria, uma das maiores jornalistas da história da nossa televisão. Glória foi repórter em momentos marcantes do Brasil e do mundo, entrevistou grandes nomes e deixou sua marca na memória de brasileiros e brasileiras. Foi a primeira repórter a fazer uma entrada ao vivo no Jornal Nacional e se tornou eterna nos programas Fantástico e Globo Repórter. Meu abraço e solidariedade aos familiares, amigos, colegas e admiradores de sua carreira.”
Glória Maria e Sérgio Chapelin apresentaram a retrospectiva 2018 da TV Globo, em Niterói, no Museu de Arte Contemporânea MAC.
O presidente do Senado Federal e do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco, lamentou nas redes sociais, “Com a morte de Glória Maria, o jornalismo perdeu um dos seus rostos mais conhecidos e respeitados. De origem humilde, Glória Maria, uma mulher negra, tornou-se um ícone da televisão brasileira e protagonista de passagens históricas que marcaram uma geração. Dirijo meus sentimentos aos familiares, amigos e admiradores.” escreveu Pacheco.
O presidente da Câmara dos Deputados, deputado Arthur Lira, também usou as redes sociais para lamentar a perda, “O Brasil lamenta a morte Glória Maria, um ícone do jornalismo nacional. Minha solidariedade e da Câmara Federal à família e a todos que fazem a imprensa brasileira.”
O prefeito de Niterói, Axel Grael, escreveu nas redes sociais, “Triste perda hoje para o jornalismo brasileiro. Gloria Maria fez história. Foi a primeira repórter a entrar ao vivo e em cores no Jornal Nacional, em 1977, e a primeira a realizar uma transmissão em HD no Brasil, em 2007. Gloria atravessou fronteiras, mostrando mais de 100 países em suas reportagens, contando histórias inesquecíveis. Sem dúvidas, deixa um legado na história do Jornalismo Brasileiro. Guerreira, mãe de duas meninas, Gloria enfrentou o câncer e lutou bravamente pela vida. Será sempre lembrada por seu pioneirismo, empoderamento e leveza ao contar histórias diante das câmeras. Meus sentimentos e carinho aos amigos, fãs e familiares.”