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Parque Orla em Niterói: sistema de jardins filtrantes já está funcionando

Jardins filtram as impurezas das águas pluviais e das bacias que deságuam na lagoa | Foto: Luciana Carneiro
Jardins filtram as impurezas das águas pluviais e das bacias que deságuam na lagoa | Foto: Luciana Carneiro

O prefeito de Niterói, Axel Grael, apresentou nesta terça (27) o primeiro sistema de jardins filtrantes do Parque Orla Piratininga Alfredo Sirkis (POP), na Região Oceânica. Além dele, outros dois sistemas estão previstos, totalizando 35 mil m2 de área construída. Os jardins filtram as impurezas das águas pluviais e das três principais bacias hidrográficas que desaguam na Lagoa de Piratininga: Bacia do Rio Cafubá, Bacia do Rio Arrozal e Bacia do Rio Jacaré, devolvendo água de qualidade para a Lagoa de Piratininga.

Foto: Luciana Carneiro

Com investimentos de R$ 100 milhões da Prefeitura de Niterói, as obras do POP, que integram o Programa Região Oceânica Sustentável (PRO Sustentável), estão entrando na fase final. A previsão é de que sejam totalmente concluídas em maio do ano que vem. De acordo com o prefeito, o parque será um grande presente para a população de Niterói. “Eu estou feliz de ver o estágio em que estamos de implantação do Parque Orla, porque isso aqui é um sonho de muitos anos. Estamos vendo os equipamentos implantados nesse parque, que nos ajudarão a despoluir a Lagoa de Piratininga e a Lagoa de Itaipu. É uma solução inovadora, segura e eficiente. Mesmo antes de estar totalmente implementado, a gente já vê o resultado de filtragem de toda essa água que vem da drenagem natural e da drenagem urbana. Vemos como a água chega nesse sistema e como ela sai pra Lagoa de Piratininga já completamente limpa e com qualidade melhor”, afirmou Grael.

Além dos jardins filtrantes, Parque Orla Piratininga Alfredo Sirkis terá quatro píeres de contemplação e seis de pesca, 10.6 km de ciclovia que se integrará ao Sistema Cicloviário da Região Oceânica, 17 áreas de lazer, 3 mirantes e um centro eco cultural voltado para educação ambiental.

O Parque terá uma área de 680 mil metros quadrados, incluindo as Ilhas do Modesto, Pontal e do Tibau. Ele foi planejado para proteger e recuperar os ecossistemas da Lagoa de Piratininga e o seu entorno, recuperar a qualidade ambiental das águas, evitando a chegada de sedimentos e nutrientes, além de oferecer equipamentos de lazer, recreação, contemplação, cultura e educação ambiental.

 “É muito gratificante ver isso acontecer. A lagoa vai ser um grande ativo para a nossa cidade. Além da questão ambiental, há a questão cultural, a questão esportiva, a questão do pertencimento da população para com o sistema lagunar. E todas essas ações são baseadas na natureza e se juntam a outras iniciativas realizadas do governo municipal, como o Ligado na Rede e as campanhas de conscientização para a ligação correta na rede de esgoto”, disse o secretário de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Sustentabilidade, Rafael Robertson.

Em termos de sustentabilidade ambiental, o Parque Orla Piratininga é o maior projeto hoje no Brasil utilizando técnicas de Soluções baseadas na Natureza (SBN). Ele ganhou um prêmio internacional, o LATAM Smart City Awards 2022 na categoria “Prêmio Desenvolvimento Urbano Sustentável e Mobilidade”. Também foi destaque no Fórum Latino-Americano de BiodiverCidades, ano passado.

O administrador regional da Região Oceânica, Binho Guimarães, lembrou que, além da questão da sustentabilidade e ambiental, há um aspecto social importante na implantação do Parque Orla. “Haverá a urbanização das comunidades do entorno, as áreas de lazer, de convivência. Sem dúvida nenhuma a gente pode dizer que a Lagoa de Piratininga está finalmente se integrando ao território da cidade”, disse.

Os jardins filtrantes

Conhecidos como wetlands, os jardins filtrantes são tecnologias baseadas na natureza para tratamento de águas efluentes e lodos e se destacam das demais por utilizar a vegetação como um dos elementos do sistema. Neste sistema as plantas macrófitas realizam a função de absorção de toda matéria orgânica para sua alimentação (raízes), além de criar um ambiente dentro dos próprios jardins para o desenvolvimento de bactérias que realizam a quebra de partículas poluentes. Neste sistema não há aplicação de agentes químicos artificiais ou microrganismos de fora do meio.