Insônia, respiração curta e medo repentino podem ser sinais de ansiedade noturna
O lemborexante tem baixo risco de dependência — Créditos: depositphotos.com / RostyslavOleksin

A ansiedade noturna ganhou destaque em 2025 como um dos motivos mais comuns de queixa em consultórios e pronto-atendimentos. Em muitos casos, o dia termina, as luzes se apagam e, em vez de descanso, surgem inquietação, pensamentos acelerados e dificuldade para pegar no sono, com sinais físicos como batimentos cardíacos rápidos, respiração curta e sensação de alerta constante, mesmo em ambientes calmos.

O que é ansiedade noturna e quais são os principais sinais

A expressão ansiedade noturna descreve um conjunto de sintomas emocionais e físicos que aparecem ou se intensificam especialmente à noite. Não é um diagnóstico isolado, mas uma forma de manifestação de quadros ansiosos já existentes, que podem se agravar em períodos de maior estresse ou mudanças na rotina.

Entre os sinais mais comuns estão medo intenso sem motivo claro, inquietação, dificuldade para relaxar, sensação de aperto no peito, suor frio, tremores e pensamentos catastróficos. Muitas pessoas também relatam fluxo de ideias repetitivas, preocupações com contas, trabalho, relações afetivas ou saúde, além de forte associação com a insônia.

Insônia, respiração curta e medo repentino podem ser sinais de ansiedade noturna
O sono não vem, só pensamentos acelerados – Créditos: depositphotos.com / HayDmitriy

Por que a ansiedade noturna é tão frequente em 2025

O estilo de vida atual, marcado por rotina intensa, hiperconexão digital e pressão por produtividade, favorece o surgimento da ansiedade à noite. Mesmo após o fim do expediente, o cérebro permanece em “modo alerta”, condicionado a responder a notificações, e-mails, prazos e notícias em tempo real, o que dificulta a transição para o descanso.

Alguns fatores costumam se repetir em relatos de quem sofre com ansiedade noturna e ajudam a entender por que as crises são tão comuns:

  • Uso prolongado de telas até tarde da noite, com luz intensa e excesso de informações.
  • Excesso de preocupações financeiras, profissionais ou familiares, sem espaço para elaboração ao longo do dia.
  • Histórico de transtornos de ansiedade, depressão, insônia ou estresse pós-traumático.
  • Consumo de estimulantes, como cafeína em excesso, energéticos ou determinadas medicações.
  • Rotina de sono irregular, com grandes variações de horário para deitar e acordar.

O que fazer durante uma crise de ansiedade noturna

Quando a ansiedade surge de forma intensa durante a madrugada, o foco inicial é reduzir a ativação do corpo e da mente. Técnicas simples, que funcionam como um “kit de emergência emocional”, podem ser aplicadas sem equipamentos e ajudam a sinalizar segurança ao cérebro, facilitando o retorno gradual à calma.

Respiração lenta e profunda, foco nos cinco sentidos e relaxamento muscular progressivo estão entre as práticas mais difundidas. Em casos de ansiedade recorrente, recomenda-se treinar essas técnicas também em momentos de tranquilidade, além de considerar recursos como mindfulness e terapia cognitivo-comportamental para lidar com pensamentos automáticos que surgem com mais força à noite.

O sono não vem, só pensamentos acelerados - Créditos: depositphotos.com / HayDmitriy
A hipervigilância noturna pode afetar várias áreas do corpo e da mente | Créditos: depositphotos.com / HayDmitriy

Como prevenir a ansiedade noturna no dia a dia

A prevenção da ansiedade à noite está diretamente ligada à qualidade da rotina e à forma como o corpo é preparado para o sono. Pequenos ajustes diários podem reduzir a chance de crises intensas, fortalecendo o relógio biológico e ajudando o cérebro a reconhecer sinais de desaceleração.

Medidas como reduzir telas antes de deitar, manter horários relativamente regulares, cuidar do ambiente do quarto, evitar estimulantes à noite e registrar preocupações em um caderno costumam ser indicadas. Quando as crises são frequentes e prejudicam trabalho, estudos ou relações, é importante buscar avaliação profissional, que pode envolver psicoterapia, mudanças de estilo de vida e, se necessário, uso de medicação.