ações contra a dengue
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Com o verão, as chuvas e as altas temperaturas elevam o risco de proliferação do aedes aegypti. Por isso, a Prefeitura de Niterói reforçou as ações de prevenção e combate à dengue, zika, chikungunya e febre amarela. O município destaca atuação permanente, uso de tecnologia e uma estratégia baseada em ciência, com participação direta da população.

Niterói reforça combate à dengue no verão

Com o aumento das chuvas e das temperaturas, a Prefeitura de Niterói reforça o conjunto de ações de prevenção e combate à dengue, zika, chikungunya e febre amarela. Em um balanço de fim de ano, o município afirma que mantém uma atuação contínua, planejada e integrada, consolidando a cidade como referência no enfrentamento das arboviroses.

Além disso, moradores podem colaborar solicitando vistorias de possíveis focos do aedes aegypti pelo aplicativo Colab.re, que permite contato direto entre a população e as secretarias municipais.

Ações intensificadas e resposta rápida no período crítico

Por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a cidade intensificou vistorias, ações educativas e estratégias inovadoras como o método Wolbachia. Dessa forma, a gestão combina tecnologia, mobilização comunitária e resposta mais ágil justamente no período em que calor e chuva favorecem a proliferação do mosquito.

Para a secretária municipal de Saúde, Ilza Fellows, o reforço das ações em dezembro é decisivo para manter o controle da doença.

“Niterói tem uma estratégia sólida e baseada em ciência para o enfrentamento da dengue. O método Wolbachia, aliado ao trabalho permanente dos nossos agentes e à participação da população, tem mostrado resultados concretos.”, destacou a secretária.

Método Wolbachia: ciência aplicada para reduzir transmissão

Niterói é apontada como referência nacional no enfrentamento às arboviroses. O município foi o primeiro do Brasil a alcançar 100% de cobertura territorial com o método Wolbachia, tecnologia desenvolvida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com financiamento do Ministério da Saúde, em parceria com governos locais. A implantação começou em 2015, com um projeto piloto em Jurujuba, e foi expandida por diversas regiões até alcançar toda a cidade em 2023.

Como a Wolbachia atua no aedes aegypti

A Wolbachia é uma bactéria presente naturalmente em cerca de 60% dos insetos, mas ausente no aedes aegypti. Quando inserida artificialmente nos ovos do mosquito, ela reduz significativamente a capacidade de transmissão dos vírus da dengue, zika, chikungunya e febre amarela. Com o tempo, ao se reproduzirem com mosquitos silvestres, os aedes aegypti passam a carregar a bactéria, tornando o método autossustentável.

Ação permanente nas ruas e reforço em dezembro

O chefe do setor de Controle de Zoonoses, Fábio Villas Boas, afirma que o trabalho ocorre ao longo de todo o ano, com reforço no mês de dezembro.

“O combate ao aedes aegypti em Niterói é permanente e integrado. Nossos agentes atuam diariamente nas ruas, visitando imóveis, orientando moradores e eliminando possíveis focos do mosquito. Em dezembro, com o aumento do calor e das chuvas, reforçamos ainda mais esse trabalho. A participação da população é fundamental, tanto no cuidado com os imóveis quanto no uso de ferramentas como o aplicativo Colab.re, que nos ajudam a agir de forma mais rápida e eficiente”, ressaltou Fábio Villas Boas.

Além do método Wolbachia, o combate ao mosquito em Niterói é sustentado por uma estratégia preventiva ampla. Mais de 290 servidores atuam diariamente nas ações do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), que realiza cerca de 5 mil visitas a imóveis por dia. Em dezembro, esse trabalho foi reforçado.

O que a população pode fazer agora

Para reduzir riscos dentro de casa e na vizinhança, a orientação é reforçar cuidados simples e constantes, principalmente no verão:

  • Eliminar recipientes que possam acumular água parada
  • Manter caixas d’água bem fechadas
  • Limpar calhas e ralos com frequência
  • Permitir a entrada de equipes em vistorias quando solicitadas
  • Acionar o Colab.re ao identificar possível foco do aedes aegypti

Queda de casos: números mostram impacto da estratégia

Os resultados do conjunto dessas ações são descritos como expressivos pelo município. Entre 2007 e 2016 (período anterior ao método Wolbachia), Niterói registrou 43.488 casos de dengue, com média anual de 4.349 casos e incidência média de 913 por 100 mil habitantes.

Já entre 2019 e 2024, com a Wolbachia estabelecida em toda a área urbana, foram notificados 2.470 casos, média de 439 por ano e incidência de 91 por 100 mil habitantes. Desse total, 72,7% ocorreram em 2024, ano marcado por epidemia de dengue em todo o Brasil.