
O uso exagerado de dispositivos digitais pode provocar sintomas físicos e mentais, afetando a saúde ocular, postura e funções cognitivas.
Além disso, há evidências de impacto no rendimento acadêmico e na qualidade de vida, reforçando a importância de hábitos equilibrados com tecnologia.
O que é o cansaço digital
O termo “cansaço digital” descreve a sensação de fadiga — ocular, física e mental — que surge após longas horas em frente a dispositivos eletrônicos (celulares, computadores, tablets etc.). A tensão vem de vários fatores interligados: luz azul das telas, esforço dos olhos, postura inadequada e sobrecarga de estímulos.
Especialistas definem parte dos sintomas como Digital Eye Strain (DES) — também chamada de Computer Vision Syndrome (CVS) — caracterizada por olhos secos ou irritados, visão embaçada, dores de cabeça, desconforto no pescoço ou ombros.
Mas o impacto vai além dos olhos: o uso prolongado de telas pode desencadear fadiga mental, dificuldade de concentração, irritabilidade e problemas de sono — ou seja, um desgaste global.

Por que o cansaço digital está se tornando comum?
Uso contínuo e prolongado de telas
Hoje, muitos de nós passamos várias horas por dia conectados — seja por trabalho, estudo ou lazer — o que aumenta a exposição ocular e cognitiva.
Postura e ergonomia inadequadas
Muitas pessoas utilizam notebooks ou celulares de forma improvisada: olhando para baixo, em sofás ou camas, sem atenção à postura. Isso aumenta a tensão no pescoço, ombros e costas.
Estímulos constantes e sobrecarga informacional
A hiperconectividade implica múltiplas notificações, consumo contínuo de conteúdo e multitarefas. Isso exige que o cérebro esteja sempre alerta, o que pode levar a um “cansaço mental digital” — uma fadiga invisível, mas real.
Privação de pausas visuais e físicas
Reduzir o piscar dos olhos ao focar na tela, não fazer pausas regulares e ignorar desconfortos são hábitos comuns — e que intensificam a fadiga.
Quais os principais sintomas relatados
Usuários que passam longos períodos em frente a telas frequentemente relatam:
- Olhos secos, vermelhidão, ardência ou visão embaçada.
- Dores de cabeça, sensação de cansaço ocular e de vista “pesada”.
- Rigidez ou dor no pescoço, ombros e costas.
- Fadiga mental: dificuldade de concentração, irritabilidade, sensação de mente sobrecarregada.
- Problemas de sono, quando o uso se estende até a noite ou próximo da hora de dormir.
Em um estudo recente com pessoas que usam dispositivos digitais por várias horas ao dia, até 89 % relataram sintoma de “fadiga ocular” pelo menos mensalmente, e mais de 60 % afirmaram que esses sintomas ocorrem semanalmente.

Como o cansaço digital afeta rendimento e saúde
De acordo com uma pesquisa publicada em 2025, o cansaço digital reduz a “resiliência acadêmica” — ou seja, a capacidade de manter foco, esforço e rendimento em tarefas escolares ou universitárias.
Além disso, a somatória de fadiga ocular, dores físicas, irritação e distúrbios no sono pode comprometer a qualidade de vida: diminuição da produtividade, menor capacidade de concentração e maior estresse.
O que fazer para evitar o cansaço digital
Para quem convive com telas por longos períodos, algumas medidas simples podem ajudar bastante:
- Fazer pausas regulares — a cada 20 a 30 minutos, olhar para algo distante para relaxar os olhos.
- Ajustar a ergonomia: altura da tela, distância e postura adequada.
- Regular o brilho da tela e, se possível, usar modos noturnos à noite.
- Piscar com frequência e, se necessário, usar colírios lubrificantes (sob orientação profissional).
- Reduzir o uso de telas antes de dormir para melhorar a qualidade do sono.
Selecionamos o conteúdo do canal Mentes e Maltes. No vídeo a seguir, o especialista Byung-Chul Han explica visualmente os impactos do cansaço na era digital e como ele afeta mente e corpo.
O cansaço digital exige atenção — e açãoFicou evidente que o cansaço digital realmente existe. O uso intenso de telas pode desencadear sintomas físicos e mentais, como fadiga ocular, dores, estresse e queda de rendimento. Por outro lado, pequenas mudanças no dia a dia — pausas, postura correta, limitação do tempo de tela e hábitos saudáveis — podem fazer toda a diferença. Vale refletir: em um mundo cada vez mais conectado, é possível conviver com a tecnologia sem abrir mão da saúde.