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Rio de Janeiro - A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou, na tarde desta segunda-feira (8), a soltura do presidente da Casa, deputado Rodrigo Bacellar (União Brasil). O placar final foi de 42 votos a favor, 21 contra, além de 2 abstenções e 3 ausências.

A decisão reverte a prisão preventiva decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito da Operação Unha e Carne — que investiga o vazamento de informações sigilosas sobre ações contra o crime organizado e a atuação de Bacellar em um suposto esquema de destruição de provas. Ele continuará afastado do mandato e do comando da Alerj por determinação judicial.


Clima de confronto e disputas políticas nos bastidores

O dia começou com forte tensão na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde trocas de acusações e discursos exaltados marcaram a análise inicial do caso. A maioria dos integrantes da CCJ é aliada de Bacellar, e o parecer pela soltura foi aprovado ainda pela manhã.

No plenário, a votação foi aberta e nominal, sob o comando do vice-presidente da Casa, Guilherme Delaroli (PL). A oposição tentou separar a votação entre prisão e afastamento, mas acabou derrotada por decisões regimentais e pelo peso político da base governista.


Pressão interna x imagem pública

Deputados admitiram que a votação representou uma “armadilha política”:

  • Votar pela manutenção da prisão poderia gerar desgaste dentro da Casa
  • Votar pela soltura poderia resultar em cobrança e crítica pública

Mesmo assim, a base de Bacellar conseguiu articular votos decisivos e consolidar um resultado confortável.


O que acontece agora?

✔ Bacellar deve deixar a custódia da PF
Permanece afastado da presidência da Alerj
✔ Mantém o cargo de deputado, mas sem exercer funções políticas
✔ A investigação segue com a Polícia Federal e o STF

A retomada do mandato e do comando da Casa dependerão de decisões futuras da Justiça.


Leitura política do resultado

O placar de 42 votos representa um recado da Alerj ao STF:
➡ a maioria dos parlamentares entende que prisões de deputados precisam passar pela chancela legislativa.

Mas o fato de Bacellar continuar afastado deixa claro que:
➡ há apoio político para sua liberdade, não para seu retorno imediato ao poder.

O cenário segue instável e com efeitos diretos para 2026, já que Bacellar vinha se colocando como possível sucessor de Cláudio Castro no governo do Estado.


Votação por números

  • 42 votos a favor da soltura
  • 21 votos contra
  • 2 abstenções
  • 3 ausências
  • Total de 65 votantes

Como votou cada deputado na Alerj sobre a soltura de Rodrigo Bacellar

DeputadoPartidoVoto
Alan LopesPLSIM
Alexandre KnoplochPLSIM
Andre CorreaPPSIM
Arthur MonteiroUniãoSIM
Atila NunesPSDNÃO
BrazãoUniãoSIM
Bruno BoarettoPLSIM
Carla MachadoPTSIM
Carlinhos BNHPPSIM
Carlos MacedoREPSIM
Carlos MincPSBNÃO
Celia JordãoPLNÃO
Chico MachadoSDDSIM
Claudio CaiadoPSDAUSÊNCIA
Dani BalbiPCdoBNÃO
Dani MonteiroPSOLNÃO
Daniel MartinsUniãoSIM
Danniel LibrelonREPSIM
Delegado Carlos AugustoPLABSTENÇÃO
Dionisio LinsPPAUSÊNCIA
Douglas GomesPLNÃO
Dr. DeodaltoPLSIM
Dr. Pedro RicardoPPSIM
Elika TakimotoPTNÃO
Elton CristoPPSIM
Fábio SilvaUniãoSIM
Felipinho RavisSDDSIM
Filipe SoaresUniãoAUSÊNCIA
Filippe PoubelPLSIM
Flavio SerafiniPSOLNÃO
Franciane MottaPODESIM
Fred PachecoPMNSIM
Giovani RatinhoSDDSIM
Giselle MonteiroPLSIM
Guilherme DelaroliPLSIM
India ArmelauPLSIM
Jari OliveiraPSBNÃO
Jorge Felippe NetoAvanteSIM
Julio RochaAGIRSIM
Lilian BehringPCdoBNÃO
LucinhaPSDSIM
Luiz PauloPSDNÃO
Marcelo DinoUniãoSIM
Márcio GualbertoPLNÃO
Marina do MSTPTNÃO
Munir NetoPSDSIM
Prof. JosemarPSOLNÃO
Rafael NobreUniãoSIM
Rafael PiccianiMDBABSTENÇÃO
Renan JordyPLSIM
Renata SouzaPSOLNÃO
Renato MachadoPTNÃO
Renato MirandaPLSIM
Ricardo da KarolPLSIM
Rodrigo AmorimUniãoSIM
Rodrigo BacellarUniãoAUSÊNCIA
Rosenverg ReisMDBNÃO
Samuel MalafaiaPLSIM
Sarah PoncioSDDSIM
Sergio FernandesPSDNÃO
Thiago GagliassoPLSIM
Thiago RangelPMBSIM
Tia JuREPSIM
Val CeasaPRDSIM
Valdecy da SaúdePLSIM
Verônica LimaPTNÃO
Vinicius CozzolinoUniãoAUSÊNCIA
Vitor JuniorPDTSIM
YuriPSOLNÃO
ZeidanPTNÃO