
A Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) realizou, nesta segunda-feira (8), uma operação para desarticular um grupo de influenciadores suspeitos de estimular pegas e manobras como graus nas vias do Rio de Janeiro. As equipes cumpriram mandados de busca e apreensão em bairros das zonas Norte e Sudoeste da capital, além da Baixada Fluminense.
Durante a ação, os agentes recolheram carros de luxo, motocicletas e quadriciclos. Até as 8h, quatro pessoas haviam sido detidas em flagrante.
Como a investigação avançou
Segundo o delegado Luiz Lima, responsável pela DRCI, a análise dos celulares apreendidos revelou ainda indícios de exploração de jogos ilícitos. Em entrevista a veículos de imprensa, ele afirmou que o grupo já movimentou milhões de reais por meio dessas atividades.
Um dos investigados se tornou conhecido no início do ano, quando conduziu uma moto aquática adulterada pela Ponte Rio-Niterói. As imagens foram publicadas pelo próprio autor, que chamou o equipamento de motojet.
Conteúdos usados para se promover
A apuração começou após a circulação de vídeos nas redes sociais mostrando pegas e outras ações perigosas em vias movimentadas. A polícia afirma que os influenciadores utilizavam esse tipo de registro para ganhar visibilidade e obter lucro, além de ampliar a audiência de seus perfis.
O inquérito aponta que esses criadores de conteúdo estruturaram uma rede organizada de perfis dedicados a práticas ilícitas de trânsito e a delitos associados, como adulteração de sinal identificador, receptação e apologia ao crime.
Os investigadores identificaram um padrão de atuação que incluía postagens sincronizadas, uso das mesmas hashtags e aparições conjuntas. O grupo também é suspeito de divulgar e frequentar eventos clandestinos com veículos de alto valor.
Objetivo da operação
Nesta etapa, a polícia pretende interromper a continuidade dos crimes e impedir que as condutas sejam usadas como entretenimento. As equipes buscam celulares e outros eletrônicos capazes de revelar novos envolvidos, além de ajudar a localizar veículos e bens utilizados nos delitos.
Os investigados respondem por atentado contra a segurança de meios de transporte, adulteração de sinal identificador de veículo, incitação ao crime e associação criminosa.