
O presidente do CREA-RJ denunciou esta semana o risco de colapso da ponte de madeira que liga a Ilha do Caju à Ilha da Conceição, em Niterói, após fiscalização técnica apontar falhas estruturais graves. A estrutura, usada por moradores, trabalhadores e veículos pesados – inclusive caminhões – apresenta sinais de deterioração, com ferragens expostas, trechos comprometidos do piso e falhas de segurança.
Questionada pela reportagem, a Prefeitura de Niterói afirmou que já concluiu o projeto básico da reforma da ponte da Ilha do Caju e neste momento, está em andamento o processo de licitação da reforma. De acordo com o executivo a previsão é de que a obra comece ainda no primeiro semestre de 2026.
Estrutura comprometida e risco
A ponte atravessa a Baía de Guanabara, o que aumenta os riscos caso ocorra um colapso. Segundo os técnicos do CREA-RJ, em uma eventual queda, os impactos seriam tanto humanos quanto ambientais, colocando em perigo moradores e a integridade da baía. A precariedade da ponte já havia sido alertada antes pela entidade, mas agora, com a deterioração acentuada, os especialistas insistem na necessidade de ação imediata.
Para o presidente do conselho, a situação exige urgência:
“Estamos falando de risco à vida. Essa ponte precisa ser interditada e recuperada urgentemente. Manter a circulação nessas condições é expor trabalhadores e moradores a uma tragédia anunciada.”

Prefeitura: primeiro semestre de 2026
Questionada sobre a denúncia, a Prefeitura de Niterói respondeu que já concluiu o projeto básico da reforma da ponte e que o processo de licitação está em andamento. A gestão municipal afirma que a obra está prevista para começar ainda no primeiro semestre de 2026.
A nota da Prefeitura indica que reparos emergenciais foram feitos no ano anterior e que a nova intervenção será de caráter definitivo, visando garantir segurança e fortalecer a infraestrutura de ligação entre as ilhas.
Pressão do CREA-RJ por interdição imediata
Mesmo diante da resposta da Prefeitura, o CREA-RJ considera que a situação não comporta espera. A entidade afirma ter visitado a ponte quatro vezes e, apesar dos alertas anteriores, nenhuma medida estrutural definitiva teria sido realizada até agora. O conselho exige:
- Interdição imediata da ponte para pedestres e veículos
- Contratação urgente de empresa especializada para recuperação ou reconstrução
- Adoção de medidas provisórias de segurança e proteção ambiental na Baía de Guanabara
A expectativa é que um novo ofício seja enviado à Prefeitura reforçando a urgência da intervenção.
O que esperar nos próximos meses
Com a licitação marcada e previsão de início da obra em 2026, moradores e trabalhadores da região devem acompanhar de perto os desdobramentos. Até lá, a recomendação do CREA-RJ é que o tráfego seja suspenso — especialmente de veículos pesados — para evitar riscos. Caso a Prefeitura mantenha o cronograma, a reforma poderá representar uma importante atualização da infraestrutura portuária e urbana da região, além de garantir segurança e tranquilidade à população local.