Que sabe de mim sou eu
Foto: Claudio Fernandes

Mais de 180 jovens de Niterói receberam, nesta segunda-feira (1º), o certificado de uma imersão que combina cidadania, protagonismo e projeto de vida. O projeto “Quem Sabe de Mim Sou Eu” cresceu em 2025 e reforça estratégias para manter estudantes conectados à escola e ao futuro.

Niterói certifica alunos do Poupança Escola em projeto imersivo

Mais de 180 alunos do Programa Poupança Escola da Prefeitura de Niterói receberam, nesta segunda-feira (1º), os certificados de conclusão do projeto “Quem Sabe de Mim Sou Eu: cidadania, protagonismo, autonomia e inclusão produtiva de jovens em vulnerabilidade social”.

Ao todo, estudantes de mais de 15 escolas foram contemplados. Em 2024, 101 alunos foram certificados. Já em 2025, foram 184 alunos, o que representa um aumento de mais de 84%.

Três eixos: identidade, território e futuro

A iniciativa é dividida em três eixos:

  • “Quem sou eu”
  • “Aonde eu estou”
  • “Para onde eu vou”

Poupança Escola cresce em 2025 e projeta avanço em 2026

Segundo Paulo Bagueira, secretário municipal de Governo, em 2025 o Poupança Escola já beneficiou mais de 4.200 alunos, mais do que o dobro em relação a 2024, quando pouco mais de 2 mil estudantes foram atendidos.

“Em 2025, o Poupanca Escola já beneficiou mais de 4200 alunos, mais do que o dobro se comparado a 2024, quando pouco mais de 2 mil alunos foram beneficiados. No Programa ‘Quem Sabe de Mim Sou Eu’, tivemos a participação de 184 alunos, 83 a mais do que no ano passado. Estamos trabalhando para que em 2026 o Poupanca Escola siga esta curva ascendente e ajudando a transformar vidas”, afirma Paulo Bagueira.

Atividade extracurricular mira conexão com a escola e evita evasão

Para Ana Vieira, subsecretária Municipal de Governo e gerente do Projeto Poupança Escola, o projeto tem alto potencial transformador, especialmente por ser uma atividade extracurricular e por estimular interação e reflexão.

“Esse é um projeto muito importante porque é uma atividade extracurricular. Hoje temos uma juventude muito desconectada, então esse tipo de atividade que envolve interação com arte, música e história é essencial para eles. Isso também faz parte do objetivo do programa de evitar a evasão escolar, porque talvez eles não estivessem tão conectados com a escola e, a partir dessa imersão, começaram a refletir e a mudar a sua trajetória, pensando em um projeto de vida”, analisou Ana Vieira.

Parceria com UFF e Fundação Euclides da Cunha

O projeto é uma parceria da Prefeitura de Niterói, por meio da Secretaria Municipal de Governo, com o Poupança Escola Niterói, o Instituto de Arte e Comunicação Social da UFF (IACS/UFF) e a Fundação Euclides da Cunha (FEC).

“Ritual de transformação”: a importância da certificação

Para Kleber Mendonça, coordenador do projeto, a cerimônia de entrega dos certificados é parte central do processo formativo.

“Não fizemos um projeto só para vocês olharem de longe como é a universidade; queremos que vocês vivenciem todas as etapas. E hoje, o que está acontecendo já é uma dessas experiências — e é uma das mais bonitas, porque é na hora em que recebemos o nosso diploma que nos transformamos. Esse é um ritual de transformação; nos tornamos pessoas diferentes”, explicou Kleber Mendonça.

Histórias dos alunos: esporte, universidade e autoconfiança

Durante o evento, estudantes compartilharam trajetórias que ajudam a explicar o impacto humano do projeto.

Atleta do Caramujo destaca incentivo para seguir no esporte

O atleta de Levantamento de Peso Olímpico Matheus Lima, que treina no Parque Esportivo e Social do Caramujo (Pesc), falou sobre as diferenças de reconhecimento entre jovens atletas e os custos da modalidade.

“Falando sobre atletas jovens, de base, alguns são superestimados e outros são subestimados. Os superestimados, de forma geral, conseguem permanecer no esporte e ser reconhecidos depois de adultos. Os que não têm a mesma sorte tendem a largar, porque o levantamento de peso é um esporte caro. Eu pratico porque tenho o incentivo da Prefeitura de Niterói no Pesc”, disse Matheus.

“Eu não sabia como era uma universidade”, diz aluno de 14 anos

Jonatha Taylor, de 14 anos, aluno do 9º ano do Colégio Estadual Fernando Magalhães, afirmou que quer ser jornalista e destacou a troca com estudantes de outras escolas e o contato com diferentes vivências.

“Eu não sabia como era uma universidade. Gostei muito de conhecer. Acho que essa experiência me ajudou a pensar mais no meu futuro, foi muito legal”, afirmou Jonatha.

“Agora eu acho que sou capaz”, diz estudante do Ensino Médio

Maria Eduarda Macedo, de 16 anos, aluna do 2º ano do Ensino Médio do Colégio Estadual David Capistrano, disse que a imersão contribuiu para reflexões sobre emoções, empoderamento e escolhas.

“O projeto me ajudou a saber quem eu sou e o que quero ser daqui para frente. A aceitar minhas habilidades, meus defeitos e a descobrir quem eu sou sem implicar comigo mesma. Agora eu não acho que não deveria fazer tal coisa. Eu acho que sou capaz de fazer tudo que eu sonhar e quiser fazer”, finalizou Maria Eduarda Macedo.