Divulgação/PF
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A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira (02), a Operação Intolerans para investigar uma série de ataques cibernéticos do tipo DDoS contra sites de parlamentares federais que se manifestaram publicamente a favor do PL 1904/2024, que trata da legislação do aborto no Brasil.

Segundo a PF, os ataques provocaram queda e instabilidade em páginas oficiais, prejudicando a comunicação institucional dos deputados atingidos.

Foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão nas cidades de São Paulo e Curitiba, com apoio de autoridades internacionais por meio de cooperação jurídica.


O que houve nos ataques

As investigações apontam que os crimes foram coordenados e realizados com enxurradas de acessos simultâneos, que tiraram os sites do ar. Um dos episódios de maior repercussão ocorreu em junho de 2024, quando o site do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) chegou a exibir um conteúdo alheio à sua página antes de ser restabelecido.

Outros parlamentares da ala conservadora também foram impactados:

  • Bia Kicis (DF)
  • Alexandre Ramagem (RJ)
  • Delegado Paulo Bilynskyj (SP)

Os sites permaneceram fora do ar por longos períodos.

Um perfil anônimo chegou a reivindicar os ataques nas redes sociais.


Por que os alvos foram escolhidos

A ofensiva ocorreu durante um momento de forte mobilização nacional em torno do PL 1.904/2024, quando manifestações organizaram protestos em várias capitais.

O texto — de autoria do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) — propõe estabelecer limite de 22 semanas para abortos legais, inclusive nos casos previstos em lei. O projeto gerou intenso debate público e oposição de entidades de direitos humanos, médicos e juristas.

A PF segue apurando quem são os autores e articuladores dos crimes e se há envolvimento internacional.