
Niterói aparece no topo de um novo levantamento da Firjan que mede o soft power das cidades do estado do Rio de Janeiro — a reputação e a capacidade de influência que também viram valor econômico. Divulgado nesta quarta-feira (26), o Mapa Rio Soft Power coloca o município à frente do Rio de Janeiro, com pontuação máxima.
Firjan põe Niterói à frente do Rio no “Mapa Rio Soft Power”
Niterói “está bem na foto”. No estudo da Firjan que avalia o soft power das cidades do estado do Rio, o município aparece com a melhor reputação e capacidade de influência, em função de fatores muitas vezes intangíveis, como cultura, história e criatividade.
Lançado nesta quarta-feira (26), o Mapa Rio Soft Power propõe um novo olhar sobre desenvolvimento: aquele que transforma cultura, história, inovação e imagem territorial em valor econômico. Nesse recorte, Niterói lidera com 100 pontos, superando o Rio de Janeiro, que aparece com 92.
O que é soft power e como o estudo mediu a influência das cidades
O conceito de soft power mede o poder de influência e reputação das cidades a partir de dez indicadores que vão além de dados econômicos e sociais e consideram interações culturais e valores simbólicos.
A pesquisa analisou 20 cidades de Norte a Sul do estado do Rio de Janeiro. Além disso, o levantamento buscou identificar potencialidades em eixos como história e patrimônio, meio ambiente, conhecimento e urbano.
Segundo Luiz Césio Caetano, presidente da Firjan, o objetivo é dar visibilidade às forças que nem sempre aparecem nos números tradicionais: “É um mapa do Rio, que mostra onde estão forças tangíveis e intangíveis do estado. Entender o soft power é entender como reputação e identidade também geram desenvolvimento socioeconômico.”
Como os municípios foram agrupados no ranking
As cidades analisadas foram divididas em níveis a partir das pontuações atingidas em cada indicador, que vão do PIB per capita ao IDH.
No grupo chamado de “Soft Power influente”, aparecem:
- Niterói (100 pontos)
- Rio de Janeiro (92)
- Nova Friburgo (88)
- Petrópolis (84)
- Teresópolis (84)
- Angra dos Reis (80)
- Campos dos Goytacazes (80)
Para a Firjan, o estudo pode funcionar como um guia estratégico para orientar políticas públicas, negócios e projetos, de acordo com as potencialidades de influência identificadas em cada cidade.
A coordenadora da pesquisa, Julia Zardo, gerente de Ambientes de Inovação da Firjan, resume a expectativa do mapa: “Mais que medir PIB, estamos medindo potencial de futuro. Talvez seja isso que o Rio sempre soube fazer melhor: transformar o imaterial em valor, e o valor em influência.”
Niterói do futuro: 5 recomendações da Firjan
Além do ranking, o estudo aponta caminhos de desenvolvimento. No caso de Niterói, as recomendações citam a necessidade de enfrentar desafios como trânsito e mobilidade. Veja os pontos indicados pela Firjan:
- Consolidar o eixo mobilidade sustentável (corredores de ônibus eficientes, rede ciclável contínua e calçadas acessíveis), priorizando conexões entre Centro, Cantareira e Região Oceânica.
- Acelerar a requalificação das lagunas com soluções baseadas na natureza (parques lineares, wetlands, sombreamento), articulando esporte, lazer e educação ambiental.
- Instituir o Distrito Criativo da Cantareira com governança multissetorial (empresas, governos e universidades) e metas de atração de cursos, estúdios e startups.
- Ativar o Caminho Niemeyer como “corredor cultural” com programação contínua, feiras criativas e economia do mar, integrando equipamentos e fruição pública da orla.
- Escalar a gestão por indicadores (mobilidade, clima, cultura, turismo e segurança viária), com painel público que dê transparência e valorize resultados.
Ao colocar reputação, identidade e cultura no centro do debate, o estudo reforça como atributos simbólicos podem influenciar investimentos, turismo e oportunidades — e, no fim, chegar ao dia a dia de quem vive e trabalha em Niterói.