ENEM 2025
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Um grupo de estudantes protestou em frente ao Inep, em Brasília, pedindo a anulação do Enem 2025. A manifestação ocorre após a suspeita de vazamento de questões do exame e amplia a pressão sobre o órgão responsável pela prova. Enquanto isso, o governo reafirma que o exame continua válido, mesmo com a abertura de investigação e a anulação de três itens.

Protesto em frente ao Inep pede anulação do Enem 2025

Na tarde de sexta-feira (21/11), estudantes se reuniram na porta do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em Brasília, para protestar contra o Enem 2025. O grupo levou cartazes, entoou palavras de ordem e exigiu a anulação do exame, alegando quebra de isonomia após a divulgação de questões muito parecidas com as que caíram na prova.

O ato começou por volta das 16h e reuniu candidatos que se disseram inconformados com o que consideram uma violação da igualdade de condições entre os participantes. A mobilização foi impulsionada pela hashtag #AnulaEnem, que ganhou força nas redes sociais ao longo da semana e passou a organizar protestos em várias cidades do país.

Hashtag #AnulaEnem e pressão nas redes

A campanha #AnulaEnem surgiu como resposta à suspeita de vazamento de questões do Enem 2025. Em poucos dias, o tema dominou debates em perfis estudantis, cursinhos e influenciadores ligados à educação, com relatos de frustração e sensação de injustiça entre candidatos que se prepararam durante meses para o exame.

Nas faixas e discursos durante o ato em frente ao Inep, estudantes afirmaram que a confiança no processo seletivo foi abalada e que a simples anulação de algumas questões não seria suficiente para recuperar a credibilidade da prova. Muitos relataram rotina intensa de estudos, sacrifícios pessoais e impacto emocional diante da possibilidade de terem disputado uma prova que, na visão deles, não ofereceu igualdade plena de oportunidades.

Entenda a suspeita de vazamento do Enem 2025

As denúncias começaram após a repercussão de uma live feita por um estudante de Medicina, Edcley de Souza Teixeira, publicada cinco dias antes da prova de Ciências da Natureza. Na transmissão, ele apresentou questões muito semelhantes às que apareceram posteriormente no Enem 2025.

Além da live, o universitário oferecia materiais em PDF em uma espécie de “monitoria”, com exercícios que, segundo ele, poderiam cair no exame. Depois que as provas foram aplicadas, usuários passaram a comparar as questões e apontar coincidências entre os itens exibidos na internet e os utilizados oficialmente, levantando a suspeita de que itens de pré-teste do Inep teriam sido reutilizados de forma indevida em um curso on-line.

O que decidiram MEC, Inep e Polícia Federal

Diante da repercussão, o Ministério da Educação (MEC) acionou a Polícia Federal, que abriu inquérito para investigar o caso como possível crime de “divulgação indevida” de conteúdo sigiloso do exame.

O Inep divulgou nota reafirmando a lisura, isonomia e validade do Enem 2025. A autarquia informou que, após análise técnica, decidiu anular três questões da prova por precaução, após identificar relatos de antecipação de itens semelhantes aos aplicados no exame. Segundo o órgão, os protocolos de segurança teriam sido cumpridos em todas as etapas do processo.

Em vídeo publicado nas redes sociais, o ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou que o Enem 2025 não será cancelado. Ele pediu calma aos candidatos e classificou o episódio como “um caso de polícia”, reforçando que a solução encontrada foi manter o exame, com a anulação de três questões para preservar a isonomia.

“Quero tranquilizar cada um de vocês: o Enem não será cancelado”, disse o ministro.

Movimento estudantil quer anulação do Enem 2025

Apesar da posição do governo, o movimento Anula Enem defende que a suspeita de vazamento comprometeu a confiança no processo como um todo. Integrantes afirmam que:

  • a coincidência entre questões exibidas na live e itens da prova indica favorecimento para quem teve acesso antecipado;
  • a anulação de três questões do Enem 2025 não compensaria a possível vantagem obtida por parte dos candidatos;
  • a investigação ainda em andamento reforça, na visão do grupo, a necessidade de rever ou anular a edição 2025 do exame.

Do outro lado, MEC e Inep argumentam que cancelar o exame prejudicaria milhões de estudantes que fizeram a prova corretamente e dependem da nota para programas como Sisu, Prouni e Fies, além de atrasar o calendário acadêmico de universidades em todo o país.