Resposta fisiológica do coração diante de um sofrimento amoroso extremo - Créditos: depositphotos.com / doble.dphoto
Resposta fisiológica do coração diante de um sofrimento amoroso extremo - Créditos: depositphotos.com / doble.dphoto

A síndrome do coração partido, também conhecida como cardiomiopatia de Takotsubo, surge após estresse emocional intenso — como uma separação ou luto — e pode se manifestar com sintomas similares aos de um infarto. Segundo especialistas, em casos graves, essa condição realmente pode levar à morte.

O que é a síndrome do coração partido?

A síndrome do coração partido é um tipo de disfunção temporária do músculo cardíaco, geralmente desencadeada por uma descarga hormonal forte, como aquela provocada por emoções extremas.

No Brasil, a NSC Total publicou uma explicação baseada em entrevista com o cardiologista Júlio Prestes, afirmando que a carga de adrenalina no corpo pode “atordoar” o coração, provocando arritmias ou até a morte em casos muito raros.

Intensidade emocional capaz de desencadear reações profundas no coração – Créditos: depositphotos.com / AntonLozovoy

Quais são os sintomas?

Os sinais dessa síndrome podem imitar um infarto:

  • Dor aguda no peito;
  • Falta de ar;
  • Tontura e náusea;
  • Batimentos irregulares;
  • Em alguns casos, perda de consciência.

Porém, ao realizar exames como o ecocardiograma e a coronariografia, é possível perceber que as artérias geralmente não apresentam obstrução, o que diferencia essa síndrome de um infarto clássico.

Por que isso acontece?

O gatilho costuma ser emocional: separações, morte de entes queridos, traumas ou até eventos estressantes significativos.

Segundo cardiologistas, durante uma crise, há uma liberação massiva de hormônios do estresse — especialmente adrenalina — que sobrecarrega o músculo cardíaco.

Esse desequilíbrio pode fazer com que o ventrículo esquerdo do coração fique “paralisado” em parte de sua estrutura, comprometendo seu funcionamento.

Sensação de vazio que impacta o corpo e amplifica a dor emocional – Créditos: depositphotos.com / HayDmitriy

Quem é mais vulnerável?

  • Mulheres, especialmente na pós-menopausa, são muito mais afetadas por essa síndrome.
  • Pessoas que enfrentam estresse emocional intenso, como perdas ou separações, apresentam maior risco.
  • Segundo alguns estudos, há casos em que pacientes desenvolvem complicações graves, como choque cardiogênico ou aritmias, que podem ser fatais.

É realmente fatal? Quando pode matar de “amor”?

Sim, embora a maioria das pessoas se recupere em dias ou semanas com tratamento, há situações mais graves com risco de óbito.

Conforme reportado pela CNN Brasil, as complicações que podem levar à morte incluem arritmias, formação de coágulos no coração (trombos) e insuficiência cardíaca.

Além disso, segundo a NSC Total, em entrevista com o cardiologista Júlio Prestes, “nem todo caso de morte por amor é Takotsubo, mas o risco existe”.

Como prevenir e tratar esse quadro?

A prevenção passa por gerir o estresse e cuidar da saúde emocional. Atividade física regular, terapia ou acompanhamento psicológico são estratégias recomendadas.

Quando a síndrome se manifesta, o tratamento costuma ser de suporte: medicamentos para proteger o coração (como betabloqueadores), controle da pressão e, se necessário, cuidados intensivos para evitar complicações.

Amar pode realmente machucar — e até matar

A síndrome do coração partido mostra que nosso corpo está profundamente conectado às emoções. Aquela dor de amor não é apenas simbólica: em alguns casos, pode desencadear mudanças fisiológicas graves que afetam o coração de verdade.

Mas nem tudo está perdido. Saber reconhecer os sintomas, procurar ajuda médica e cuidar da saúde mental são passos fundamentais para prevenir consequências mais sérias.