
No dia 25 de novembro de 2025, Niterói recebe o evento “Cantos e Contos de Resistência: Histórias e Celebrações Afro-Brasileiras”, no Centro Eco Cultural Sueli Pontes, com entrada gratuita. A programação reúne narrativas, cantos, danças e oficinas voltadas para todas as idades, com foco em arte-educação antirracista e valorização das culturas afro-brasileiras. A proposta é transformar o espaço em um território vivo de memória, celebração e resistência negra.
Evento celebra cultura negra e arte-educação antirracista em Niterói
A Prefeitura de Niterói e a Secretaria Municipal das Culturas realizam, em 25 de novembro, o evento “Cantos e Contos de Resistência: Histórias e Celebrações Afro-Brasileiras”, no Centro Eco Cultural Sueli Pontes, em Piratininga.
Idealizado por Michelle Bittencourt e produzido pelo Ateliê Formativo, o encontro de arte-educação antirracista propõe uma imersão nas tradições orais, nas festas populares e nas expressões culturais de matrizes africanas, reconhecendo esses territórios como espaços vivos de resistência, aprendizado e celebração.
Contemplado no Edital Aldir Blanc de Fomento à Cultura, o projeto tem entrada gratuita e é voltado a todos os públicos, com atenção especial às infâncias, juventudes e às comunidades do território.
Além disso, a programação busca aproximar as famílias e a comunidade das diversas linguagens da cultura negra, fortalecendo vínculos afetivos e a consciência sobre a importância das ancestralidades afro-brasileiras.

Saberes ancestrais, oralidade e festas populares afro-brasileiras
A programação traz atividades de contação de histórias afro-brasileiras, incluindo mitos iorubás, contos de quilombo e narrativas de griots, além de rodas de conversa sobre ancestralidade, oralidade e festas populares de matriz africana.
Também serão realizadas oficinas com vivências em danças afro e experimentações com instrumentos de percussão, valorizando a presença do corpo, do ritmo e da música como formas de conhecimento e expressão. Dessa forma, o evento reforça que os saberes ancestrais seguem pulsando nos terreiros, nas ruas e nas vozes do povo.
Segundo a curadoria, a proposta é que crianças, jovens e adultos reconheçam esses espaços e práticas como fontes legítimas de conhecimento, rompendo com visões estereotipadas e ampliando o acesso à educação antirracista.
Referências intelectuais negras e metodologia participativa
Inspirado em pensadoras e pensadores como Nego Bispo, Sinara Rúbia, Sueli Carneiro, Nilma Lino Gomes, bell hooks e Muniz Sodré, o evento adota uma metodologia participativa, antirracista e intercultural.
A proposta valoriza o corpo, a escuta ativa e o diálogo comunitário como ferramentas centrais de ensino-aprendizagem. Nesse contexto, a oralidade é tratada como uma verdadeira tecnologia ancestral, eixo central das práticas do dia, fortalecendo a memória coletiva e os vínculos afetivos entre quem participa.
As atividades buscam, ao mesmo tempo, promover reflexão crítica e proporcionar experiências sensíveis, nas quais o público é convidado a se reconhecer como parte de uma história de resistência e criação coletiva.
Vozes negras em destaque: depoimentos da equipe
A diretora executiva do Ateliê Formativo, Marietta Nidecker, resume o espírito do encontro:
“O Cantos e Contos de Resistência é um chamado às memórias que dançam, cantam e contam histórias. É encontro de vozes ancestrais e contemporâneas que celebram a força do povo negro, semeando beleza, consciência e liberdade em cada palavra, em cada ritmo, em cada gesto”.
Já a curadora Michelle Bittencourt reforça a dimensão política e afetiva do projeto:
“Este projeto nasce como um sopro de esperança e memória. Nossas histórias não ficaram no passado: caminham conosco, se renovam e apontam futuros possíveis. Cantos e Contos de Resistência é mais que um evento: é um território vivo de celebração, onde vozes negras se erguem, reafirmando que seguimos aqui, firmes, cantando e contando a vida!”.
As falas evidenciam o compromisso do evento com uma arte-educação antirracista, que reconhece a centralidade das vozes negras na produção de conhecimento, cultura e futuro.
Representatividade, interseccionalidade e acessibilidade
O Cantos e Contos de Resistência também se destaca pela composição da equipe, majoritariamente formada por mulheres negras, o que reforça o caráter interseccional da iniciativa.
Essa presença não apenas fortalece representações sociais historicamente invisibilizadas, como também inspira novas gerações ao mostrar que conhecimento, cultura e liderança podem – e devem – partir de vozes negras femininas em posições de destaque.
Comprometido com a acessibilidade, o evento contará com intérprete de Libras, especialmente durante as rodas de conversa, e, de forma integral, na proposta geral do projeto.
A medida busca garantir que pessoas surdas também possam participar das discussões e vivências, ampliando o alcance da educação antirracista e da cultura afro-brasileira.
Programação completa do Cantos e Contos de Resistência
10h30 às 12h – Introdução às Oralidades Negras
Contação de histórias e primeiro contato com as tradições orais afro-brasileiras.
- Atividade: contação de histórias afro-brasileiras
- Conteúdos: mitos iorubás, contos de quilombo e narrativas de griots
- Profissionais:
- Joana Gonçalves, acompanhada de músico
- Perla Duarte, acompanhada de músico
12h às 13h – Intervalo para almoço
Pausa para alimentação e convivência entre participantes, fortalecendo a dimensão comunitária do encontro.
13h às 14h – Cantando e Contando: Os Ritmos da Resistência
Oficina de cantos tradicionais e narrativas, com foco nas resistências do povo negro.
- Atividade: vivência musical e narrativa
- Eixo: ritmos, cantos e histórias como ferramentas de resistência e memória
- Profissional: Rodrigo Reis
14h às 15h – Festas Populares Afro-Brasileiras: História e Significados
Roda de conversa e troca de saberes sobre os sentidos culturais e políticos das festas populares de matriz africana.
- Atividade: roda de conversa
- Temas: ancestralidade, comemorações, religiosidade, dimensão política das festas
- Convidados:
- Ricardo Pereira
- Rosane Souza
- Mediação: Michelle Bittencourt
15h às 16h – Corpo em Movimento: Danças e Rituais de Celebração
Oficina de dança e prática corporal, explorando o corpo como instrumento de expressão e celebração da cultura negra.
- Atividade: vivência em danças afro
- Eixo: corporeidade, rituais de celebração e presença coletiva
- Profissional: Jessyca Soares, acompanhada de músico
16h às 16h30 – Grande Festa de Encerramento: Celebração Comunitária
Apresentação artística e roda de celebração, reunindo os aprendizados do dia.
- Atividade: celebração comunitária
- Eixo: síntese das experiências, afirmação da resistência cultural e da alegria coletiva
- Participação: Pábio do Violão
Serviço – “Cantos e Contos de Resistência: Histórias e Celebrações Afro-Brasileiras”
- Data: 25 de novembro de 2025 (terça-feira)
- Horário: das 10h às 17h
- Local: Centro Eco Cultural Sueli Pontes
- Endereço: Av. Celso Kelly, 378 – Piratininga, Niterói – RJ
- Entrada: evento gratuito
- Classificação etária: livre
- Acessibilidade: o projeto contará com intérprete de LIBRAS integralmente, com destaque para as rodas de conversa
- Realização: Prefeitura de Niterói e Secretaria Municipal das Culturas
- Idealização: Michelle Bittencourt
- Produção: Ateliê Formativo
- Fomento: Edital Aldir Blanc de Fomento à Cultura
- Contato: [email protected]
