
O caso envolvendo o Banco Master se tornou, nos últimos dias, um dos temas mais discutidos no mercado financeiro brasileiro. A liquidação extrajudicial decretada pelo Banco Central, a prisão do controlador da instituição e as dúvidas sobre o destino dos investidores colocaram o banco no centro de uma crise que ganhou repercussão nacional. Para muitos brasileiros — inclusive moradores de Niterói — a grande preocupação agora é entender o que realmente aconteceu e como isso pode afetar quem tinha dinheiro aplicado.
Além disso, o episódio reacende o debate sobre a solidez de instituições de menor porte e sobre os riscos associados a produtos de renda fixa que oferecem rendimentos muito acima da média do mercado. Por isso, o Cidade de Niterói preparou um resumo completo, claro e totalmente verificado sobre os principais desdobramentos envolvendo o Banco Master, reunindo informações confiáveis e explicando, de forma simples, o que está em jogo para clientes, investidores e para o sistema financeiro brasileiro.

Liquidação extrajudicial do Banco Master
O Banco Central do Brasil decretou a liquidação extrajudicial do Banco Master em 18 de novembro de 2025. A decisão significa, na prática, que a instituição deixa de operar e passa a ser administrada por um interventor nomeado pelo BC. Segundo o órgão regulador, a situação do banco era considerada irrecuperável, com indícios de graves irregularidades e risco para os clientes.
Além da instituição financeira, a corretora de câmbio ligada ao grupo também foi atingida pela medida. Todas as negociações em curso envolvendo possíveis vendas, aportes ou reestruturações foram automaticamente suspensas.
Prisão do controlador Daniel Vorcaro
Enquanto isso, o controlador do banco, Daniel Vorcaro, foi preso pela Polícia Federal durante a operação “Compliance Zero”. Ele é investigado por crimes como gestão fraudulenta, gestão temerária e organização criminosa.
As investigações apuram suspeitas de irregularidades na emissão e negociação de títulos de crédito, substituições de ativos sem avaliação adequada e operações consideradas de alto risco. Esse conjunto de fatores teria contribuído para o desequilíbrio financeiro da instituição.
Modelo de negócios e alertas anteriores
O Banco Master ficou conhecido por ofertar CDBs com rendimentos muito acima da média, em alguns casos chegando a 150% do CDI. Embora atraentes para investidores, essas taxas chamavam atenção de especialistas por poderem indicar maior risco e necessidade urgente de captação de recursos.
A instituição também operava com ativos de maior complexidade, como precatórios e títulos judiciais, o que exigia maior controle regulatório. Conforme relatos do mercado, já havia preocupação crescente com a capacidade do banco de honrar seus compromissos.
Tentativas de venda e reestruturação fracassadas
Nos meses que antecederam a liquidação, houve várias tentativas de salvar o Banco Master. O Banco de Brasília (BRB) chegou a negociar a aquisição de parte da instituição, mas recuou após analisar os ativos de maior risco. Posteriormente, um consórcio de investidores estrangeiros sinalizou aporte bilionário, mas a liquidação decretada pelo Banco Central encerrou qualquer possibilidade de negociação.
Essas tentativas frustradas reforçaram a percepção de que os problemas eram profundos e já não havia solução viável que preservasse a instituição.
Situação dos investidores e atuação do FGC
Com a liquidação, entra em ação o Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que protege investimentos de até R$ 250 mil por CPF por instituição financeira. Investidores dentro desse limite tendem a ser ressarcidos, embora exista um prazo operacional para que o pagamento seja iniciado.
Já quem possui valores acima do limite terá de acompanhar o processo de liquidação, que pode ser demorado e depende da venda de ativos e da recuperação de créditos. Casos complexos podem levar meses ou até anos para uma definição final.
Impactos no sistema financeiro
Apesar da gravidade do caso, especialistas avaliam que não há risco imediato para o sistema financeiro como um todo. No entanto, o episódio gerou apreensão no mercado e reavivou discussões sobre supervisão de bancos médios e modelos de captação muito agressivos.
Além disso, a liquidação exigirá desembolso do FGC, o que pode aumentar o custo de seguro bancário e pressionar instituições menores.
Por que esse caso ganhou tanto destaque?
O caso do Banco Master reúne ingredientes que chamam atenção de todo o país: promessa de rendimentos altos, práticas suspeitas, prisão de um banqueiro influente, liquidação decretada pelo Banco Central e incerteza para milhares de investidores. O tema serve como alerta sobre educação financeira, diversificação de investimentos e atenção aos riscos associados a instituições que oferecem vantagens acima do padrão.