
Sete líderes do Comando Vermelho foram transferidos de Bangu 1 para presídios federais de segurança máxima nesta quarta-feira (12). A decisão ocorre após a Operação Contenção, que deixou 121 mortos e mirou o comando da facção nos complexos do Alemão e da Penha. Entenda quem são os presos, para onde foram e o impacto para a população.
Quem são os sete líderes transferidos
Segundo documentos oficiais e notas do governo, os presos são:
- Arnaldo da Silva Dias (Naldinho) — 81 anos, 4 meses e 20 dias (chefe em Resende; administrador da “caixinha”).
- Carlos Vinícius Lírio da Silva (Cabeça de Sabão) — 60 anos, 4 meses e 4 dias (liderança na comunidade do Sabão, em Niterói).
- Eliezer Miranda Joaquim (Criam) — 100 anos, 10 meses e 15 dias (atua na Baixada Fluminense).
- Fabrício de Melo de Jesus (Bicinho) — 65 anos, 8 meses e 26 dias (liderança em Volta Redonda).
- Marco Antônio Pereira Firmino da Silva (My Thor) — 35 anos, 5 meses e 26 dias (Morro Santo Amaro, Zona Sul do Rio).
- Alexander de Jesus Carlos (Choque/Coroa) — 34 anos e 6 meses (atua no Complexo do Alemão).
- Roberto de Souza Brito (Irmão Metralha) — 50 anos, 2 meses e 20 dias (também do Alemão).
Juntos, os sete somam 428 anos, 6 meses e 21 dias de condenação, de acordo com a Seap-RJ.
Para onde foram levados
- Oficialmente, o Ministério da Justiça não divulga os destinos por segurança.
- CNN e Metrópoles afirmam que os sete foram para a Penitenciária Federal de Catanduvas (PR), a mesma unidade que abriga Fernandinho Beira-Mar — sem contato entre detentos.
Como funciona o sistema federal
O Brasil tem cinco presídios federais (Catanduvas-PR, Campo Grande-MS, Porto Velho-RO, Mossoró-RN e Brasília-DF). O regime prevê cela individual, 22 horas de isolamento e monitoramento contínuo. A transferência ocorre nos termos da Lei 11.671/2008, aplicada a presos de alta periculosidade.
Contexto: Operação Contenção e decisão judicial
A Vara de Execuções Penais (TJRJ) autorizou a transferência após a megaoperação de 28 de outubro, que resultou em 121 mortes e mais de 100 prisões. A ação envolve integração entre governo do Rio, Senappen e forças federais.
Impacto para a população (segurança e comunicação do crime)
- Interrupção de comandos à distância: o sistema federal reduz drasticamente a comunicação com a base da facção nas comunidades.
- Pressão sobre a cadeia de comando: ao retirar múltiplas lideranças de uma só vez, o governo busca desarticular fluxos de ordens, finanças e logística do CV.
- Mais custodiados federais do RJ: com estas transferências, o estado chega a 66 presos no sistema federal — o maior número do país.
O que disseram as autoridades
O governo do Rio classificou a medida como “ação estratégica” para preservar a ordem pública e interromper a atuação de organizações criminosas a partir do cárcere, em nota oficial.
Linha do tempo (resumo)
- 28.out — Megaoperação nos complexos do Alemão e Penha.
- 12.nov — Transferência dos sete líderes; escolta até o Galeão e embarque em aeronave da PF.