
Niterói celebra, neste sábado (15), o Dia Municipal da Umbanda e os 117 anos da religião com programação especial na Câmara Municipal. Mais de 300 zeladores, pais e mães de santo serão homenageados, reforçando o reconhecimento público à fé e à liberdade religiosa. O evento reúne terreiros, lideranças e comunidades de matriz africana, destacando a força da ancestralidade na cidade.
Homenagem e compromisso com a liberdade religiosa
A data integra o calendário oficial por iniciativa do vereador Leonardo Giordano, autor da Lei nº 3089/2014, que reconhece a Umbanda como Patrimônio Cultural Imaterial de Niterói. Além disso, as legislações reafirmam o compromisso do município com a valorização da fé, o respeito à diversidade religiosa e a contribuição dos terreiros para a identidade cultural local.
“A Umbanda é parte da história e da identidade cultural de Niterói. Reconhecer essa tradição é afirmar a contribuição espiritual e comunitária dos terreiros e de suas lideranças. Celebrar esta data é afirmar o respeito, à diversidade religiosa e o direito à fé como dimensão da cidadania. A Umbanda nasce da resistência e segue viva, forte e presente em nossa cidade.” — Leonardo Giordano

Atendimento e orientação aos terreiros
Durante o evento, haverá tenda da Coordenadoria de Defesa dos Direitos Difusos e Enfrentamento à Intolerância Religiosa (CODIR), da Prefeitura de Niterói, oferecendo orientação para regularização dos terreiros e acesso a políticas públicas de promoção da liberdade religiosa. Dessa forma, as casas de santo encontram apoio para fortalecer sua atuação comunitária.
Programação oficial
- 12h — Recepção e credenciamento dos homenageados
- 13h — Gira e lavagem simbólica da escadaria da Câmara Municipal
- 14h — Solenidade oficial de homenagens
- 17h — Roda de samba aberta ao público
- 21h — Encerramento da celebração
Ancestralidade e identidade: Niterói e a Umbanda
Em 15 de novembro de 1908, na então Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade, em Neves, ocorreu a manifestação do Caboclo das Sete Encruzilhadas através de Zélio Fernandino de Moraes. O episódio deu visibilidade e identidade à Umbanda, tradição já praticada por povos africanos escravizados, indígenas e seus descendentes. Mesmo após Neves passar a São Gonçalo em 1943, a memória do marco segue profundamente ligada a Niterói.
Territórios de acolhimento e saberes tradicionais
Ao longo do século XX, terreiros tornaram-se espaços de acolhimento, cuidado e transmissão de conhecimentos em bairros como Fonseca, Cubango, Barreto, Caramujo, Santa Rosa, Morro do Estado, Pendotiba e Região Oceânica. Por isso, celebrar a Umbanda é também afirmar o combate ao racismo religioso e a defesa da convivência democrática.
Impacto cultural e social
A celebração reúne terreiros, lideranças espirituais, sambistas e trabalhadores da fé, valorizando a ancestralidade afro-brasileira como parte da história viva de Niterói. Enquanto isso, o evento funciona como símbolo público contra a intolerância religiosa e a favor da paz e do direito à fé.
Serviço
Dia Municipal da Umbanda – 117 anos da Umbanda
Data: Sábado, 15 de novembro
Local: Câmara Municipal de Niterói