Mansão de Pelé em Guarujá enfrenta abandono, dívidas e risco iminente de leilão
Dívidas e taxas acumuladas podem forçar a venda judicial da mansão em um leilão - Créditos: depositphotos.com / A.Paes / Divulgação Instagram @chocolate.angola

A icônica mansão de Pelé na Praia de Pernambuco, em Guarujá, está em estado crítico. O imóvel avaliado em R$ 8 milhões sofre com abandono, dívidas acumuladas e pode ir a leilão.

O cenário expõe a complexidade do inventário de um dos maiores ídolos do futebol mundial, revelando descuidos na gestão de seu vasto patrimônio.

Estado de abandono da mansão de Pelé chama atenção de moradores

O imóvel de aproximadamente 4.000 m² foi deixado vazio após a morte do Rei do Futebol e apresenta deterioração visível. O mato tomou conta da fachada, há ferrugem nos portões e a piscina está tomada por água esverdeada, sem manutenção.

Antes equipada com quadra de tênis, bar, playground e campo de futebol, hoje a mansão virou alvo fácil para ladrões. Furtos de fios de cobre comprometeram a energia elétrica e agravaram a vulnerabilidade do local.

Segundo relatos, os funcionários que cuidavam da propriedade foram dispensados durante a vida de Pelé, o que acelerou o processo de degradação após seu falecimento em dezembro de 2022. A defesa de Edinho argumenta que esses fatos não foram causados exclusivamente pelo período pós-morte.

Quais são os principais débitos da propriedade de Pelé?

A mansão enfrenta sérias dívidas que agravam ainda mais sua situação. Os débitos acumulados envolvem tanto impostos quanto pendências judiciais:

  • IPTU atrasado no valor de R$ 452.102,54 junto à Prefeitura de Guarujá
  • Penhora judicial no valor de R$ 7 milhões como garantia de dívida empresarial
  • Risco concreto de leilão por hasta pública a qualquer momento
  • Falta de pagamento desde o início do processo de inventário

O imóvel pode ser vendido mesmo com penhora ativa, desde que o comprador assuma as obrigações legais ou negocie com os credores.

Família de Pelé pode evitar leilão com ações diretas?

Apesar do risco de leilão, há formas legais para impedir que a mansão vá a hasta pública. A família pode tentar um acordo com os credores, parcelar os débitos ou quitar o IPTU imediatamente.

O processo de inventário segue em segredo de Justiça. Inicialmente sob responsabilidade de Edinho, filho de Pelé, em junho de 2025 a família indicou Flávia Kurtz como nova inventariante, com petição conjunta dos herdeiros aprovada pela Justiça. A família afirma que já estão cuidando dos problemas estruturais, embora moradores locais afirmem o contrário.

A indefinição patrimonial, aliada à falta de manutenção, tem prejudicado o valor de mercado do imóvel, afastando possíveis compradores e colecionadores interessados.

Qual é o valor real da mansão hoje?

Atualmente avaliada em R$ 8 milhões, a propriedade poderia alcançar R$ 12 milhões com reformas básicas e até R$ 18 milhões se oferecida a colecionadores ou fãs do Rei do Futebol.

Durante a vida de Pelé, a mansão servia como ponto de encontro com celebridades, sendo símbolo de sua vida pessoal fora dos campos. Esse valor simbólico poderia ser explorado na venda, caso o imóvel estivesse preservado.

No entanto, o cenário atual exige alto investimento para restaurar a estrutura e reverter os danos causados pela negligência.

Outros imóveis de Pelé também enfrentam problemas?

A mansão de Guarujá não é caso isolado. Dois apartamentos de Pelé no Edifício Dondinho, em Santos, também foram penhorados e estão à venda por R$ 1,2 milhão (R$ 600 mil cada).

  • Taxas condominiais não pagas referentes aos meses de abril a junho de 2024 (cerca de R$ 9 mil em cada unidade)
  • Dívidas de condomínio e IPTU acumuladas
  • Intenção da família em vender os imóveis para saldar pendências
  • Parte do acervo também deve ser negociado durante o inventário

Essa situação mostra o desafio em administrar um acervo estimado entre R$ 80 e R$ 100 milhões, exigindo organização, recursos e atenção constante às obrigações legais e fiscais.