
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou o general Mário Fernandes a realizar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) nos dias 9 e 16 de novembro.
Preso preventivamente desde novembro de 2024, o militar está detido no Comando Militar do Planalto, em Brasília, por envolvimento na trama golpista que buscou manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder após a derrota nas urnas.
General é acusado de planejar golpe de Estado
Ex-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Mário Fernandes é apontado pela investigação como autor do plano “Punhal Verde e Amarelo”, que previa a tomada do poder e o assassinato de autoridades. Ele é réu no chamado “núcleo 2” da trama golpista, com julgamento marcado para 9 de dezembro no STF.
Permissão com restrições
Na decisão, Moraes determinou que o general poderá deixar a unidade prisional apenas nos dias de prova, deslocando-se até a Universidade de Brasília (UnB) para fazer o Enem.
O ministro também ordenou que a escolta policial seja discreta, sem uso ostensivo de armas ou uniforme militar.
“A autorização deve ser cumprida com segurança, mas sem exposição indevida do custodiado”, destacou Moraes na decisão.
Defesa cita direito ao estudo e remição de pena
A defesa do general argumentou que a participação no exame deve ser incentivada como forma de ressocialização, ressaltando que o resultado pode reduzir a pena em caso de condenação.
“A aprovação no exame autoriza a remição de pena, independentemente de o custodiado já ter concluído o ensino médio anteriormente”, afirmaram os advogados.
Contexto da prisão
O general Mário Fernandes foi preso preventivamente em 2024, após a deflagração da operação que apura a tentativa de golpe de Estado e a formação de grupos militares e civis que planejavam impedir a posse do presidente eleito. A investigação aponta que Fernandes participou ativamente da elaboração do plano golpista e tinha influência sobre oficiais subordinados.