Governador Cláudio Castro na coletiva de Imprensa sobre a Operação Contenção, nos Complexos da Penha e do Alemão | Foto: Rafael Wallace
Governador Cláudio Castro na coletiva de Imprensa sobre a Operação Contenção, nos Complexos da Penha e do Alemão | Foto: Rafael Wallace

A Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados enviou à Procuradoria-Geral da República (PGR), nesta quarta-feira (29), um pedido de análise para prisão preventiva do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL). O documento foi apresentado após a operação policial mais letal da história do estado, realizada na segunda-feira (28/10), nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio.

Segundo dados do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), até esta quarta-feira, 132 pessoas morreram, incluindo quatro policiais, dois militares e dois civis.

Quatro policiais mortos | Reprodução

Deputados apontam responsabilidade do governador

O pedido foi assinado pelo presidente da comissão, deputado Reimont (PT-RJ), e por outros oito parlamentares: Talíria Petrone (PSOL-RJ), Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ), Erika Kokay (PT-DF), Tadeu Veneri (PT-PR), Luiz Couto (PT-PB), Glauber Braga (PSOL-RJ), Enfermeira Rejane (PCdoB-RJ) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ).

“Consideramos que o que aconteceu lá no Rio foi um crime do governador, e não foi o primeiro. Estamos falando de sete chacinas em seis anos de governo de Cláudio Castro”, declarou Reimont em entrevista ao portal Metrópoles.

O documento encaminhado à PGR pede que o órgão investigue possíveis responsabilidades penais e administrativas do governador, incluindo violação de direitos humanos e abuso de autoridade.

Reprodução

Comissão fará visita ao local da operação

A Comissão de Direitos Humanos também agendou uma visita à comunidade da Penha para esta quinta-feira (30/10), com o objetivo de ouvir moradores, coletar relatos de abusos e avaliar as condições locais após a ação policial.

A ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, deve acompanhar a comitiva. A presença de representantes do Ministério Público Federal e de organizações de direitos humanos também é esperada.


Operação mais letal da história do Rio

A operação de segunda-feira (28/10) envolveu forças estaduais e federais, incluindo a Polícia Civil, Polícia Militar e Exército, sob a justificativa de combate ao tráfico e à ocupação de territórios dominados por facções criminosas.

Entretanto, o resultado gerou forte repercussão nacional e internacional, com denúncias de execuções, desaparecimentos e violações de direitos. Organizações como a Anistia Internacional Brasil, a ONU e a OAB-RJ cobraram esclarecimentos sobre a proporcionalidade da ação e a ausência de transparência nas investigações.


A Comissão da Câmara cita em seu pedido que a reincidência de operações letais e a ausência de protocolos de proteção civil configuram violação grave aos direitos humanos, podendo caracterizar crime de responsabilidade.