
Um novo acordo salarial dos rodoviários trouxe alívio para trabalhadores do Leste Fluminense, incluindo São Gonçalo. Após semanas de incertezas, a categoria conseguiu manter a unidade da região e assegurar ganhos acima da inflação projetada para 2025.
A decisão foi tomada em assembleia realizada em Niterói, com ampla aprovação dos participantes, e garante mudanças já para o próximo mês.
O que muda na folha de pagamento
Pelo acordo, os salários dos rodoviários terão reajuste de 6%. A alteração representa um índice superior ao esperado para a economia brasileira no ano que vem. Também houve avanço no benefício da cesta básica, que passa de R$ 510,00 para R$ 550,00.
Esses novos valores serão válidos a partir de 1º de novembro para profissionais de empresas de transporte de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Maricá e Tanguá.
Como foi a votação
O acordo recebeu 567 votos favoráveis e apenas sete contrários. Ele foi resultado de intensas negociações conduzidas pelo Sindicato dos Rodoviários de Niterói a Arraial do Cabo (Sintronac), que começou as conversas em setembro.
Nesse período, houve resistência por parte de algumas empresas de transporte de São Gonçalo, que chegaram a ameaçar ficar de fora das tratativas.
O que alegavam os empresários de São Gonçalo
As viações do município afirmaram que enfrentam dificuldades financeiras devido ao congelamento da tarifa de ônibus há oito anos, mantida em R$ 3,95. Segundo o setor, também existe uma dívida da Prefeitura com as empresas relacionada às gratuidades oferecidas a estudantes, idosos e pessoas com deficiência.
A exclusão de São Gonçalo das negociações poderia resultar em pisos salariais diferentes dentro da mesma região, algo rejeitado pela categoria.
Sindicato comemora, mas cobra mudanças
O presidente do Sintronac, Rubens dos Santos Oliveira, celebrou a decisão dos trabalhadores e reforçou que os rodoviários já passaram por forte pressão especialmente durante a pandemia. Para ele, é necessária uma reestruturação profunda no sistema de transporte público, que estaria em risco de colapso.
Estado de greve suspenso
A assembleia também suspendeu o estado de greve que havia sido aprovado caso as empresas de São Gonçalo insistissem em não negociar. O sindicato já tinha comunicado a possibilidade de paralisação do transporte municipal a vários órgãos públicos, incluindo Ministério Público e Justiça Estadual.