Foto: shutterstock
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Moradores de diversos bairros de Niterói afirmam que as fiscalizações contra motos barulhentas diminuíram ao longo de 2025. As queixas citam barulho extremo que afeta crianças, bebês, idosos, pessoas acamadas e pessoas com TEA, além de perturbar a vizinhança durante a madrugada e fins de semana.

Segundo relatos recebidos pela reportagem, a última blitz conhecida ocorreu há cerca de dois meses — e, mesmo assim, sem regularidade semanal ou com mais de uma edição por semana, como havia sido prometido no início do ano.

Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

O que foi prometido em janeiro

Em janeiro de 2025, a NitTrans anunciou que passaria a coordenar ações educativas e de fiscalização contra motos irregulares e com escapamentos adulterados, com a promessa de campanha “rigorosa e frequente” para reduzir irregularidades e garantir o cumprimento das normas de trânsito.

A Lei Municipal 3.661/2021 autoriza o Poder Executivo a coibir ruídos sonoros acima do permitido, oriundos de escapamentos de motocicletas e automóveis fora das normas e institui o controle de poluição sonora veicular. Circular com escapamento aberto ou com equipamentos que emitam som alto é infração gravíssima e pode gerar multa de R$ 195,23 e 5 pontos na CNH.


Perguntas feitas à NitTrans

A reportagem encaminhou questionamentos ao presidente da Niterói Transporte e Trânsito (NitTrans), Nelson Godá:

  • Por que as blitz não estão sendo realizadas de forma regular e frequente na cidade?
  • Quantas operações foram feitas entre janeiro e outubro de 2025 (10 meses)?

A NitTrans respondeu à reportagem alegando que “após a publicação da Lei nº 10.900/2025, que instituiu o “Estatuto das Blitzes”, sancionada pelo Governador do Estado do Rio de Janeiro, precisou se adequar ao que foi estabelecido na nova legislação.”

Sobre quantas operações foram feitas entre janeiro e outubro de 2025 o presidente da Nittrans não respondeu o questionamento.

Nelson Godá, presidente da Niterói Transporte e Trânsito (Nittrans) | Foto: Reprodução

Impacto na saúde e no sossego público

Além do incômodo, especialistas costumam apontar que ruído intenso e persistente pode agravar quadros de ansiedade e estresse, atrapalhar o sono e afetar o desenvolvimento infantil. No caso de pessoas com TEA, o som alto e imprevisível pode provocar sobrecarga sensorial, aumentando o sofrimento cotidiano.


O que dizem os moradores

Relatos enviados à redação indicam que o problema se concentra, sobretudo, em vias de trânsito rápido, corredores com bares e trechos com grandes avenidas, onde motociclistas aceleram e promovem estouros de escapamento durante a noite, a madrugada e também ao longo do dia.