Sozinhas são pétalas, juntas viram rosas
Foto: Divulgação

Em Niterói, um projeto de acrobacia aérea vem transformando dores em potência. Criado por Juliana Berti, o Pendurados Acrobacias Circenses une arte, esporte e acolhimento para ressignificar traumas — especialmente de mulheres. Agora, a iniciativa chega ao público com o espetáculo “Sozinhas somos pétalas, juntas somos rosas”.

Projeto em Niterói une acrobacia e arte para ressignificar traumas e dores

O Pendurados Acrobacias Circenses, criado pela paulista Juliana Berti, impacta dezenas de pessoas há cinco anos em Niterói e apresentará, nos fins de semana de 18 e 19 de outubro e 1 e 2 de novembro, o espetáculo “Sozinhas somos pétalas, juntas somos rosas” na Praia de Icaraí, Horto do Barreto, Charitas e Itaipu. Com apoio da Secretaria Municipal de Esportes de Niterói, o projeto vai além da força física: propõe uma nova forma de ver e enfrentar a vida por meio de exercícios em liras, trapézios e tecidos.

Sozinhas são pétalas, juntas viram rosas
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Circo na orla e transformação pessoal

O “Pendurados” já é conhecido por quem passa pela orla da Praia de Icaraí, na Zona Sul. Quem experimenta de perto o trabalho de Juliana Berti, apaixonada por circo desde a infância, percebe o impacto do projeto — especialmente em mulheres que, “penduradas” em liras, trapézios e tecidos, ganham força muscular e nova percepção de si.

“Parece que existe uma Thayla pré-tecido e uma pós. Conforme fui avançando nesse esporte, me tornei uma pessoa mais corajosa (…). Apesar de o tecido ser um esporte ‘individual’, todos se apoiam”, afirma a psicóloga Thayla Muniz, 31 anos.

A idealizadora e a construção da referência

Apresentada aos circos pelo pai, Juliana Berti tornou-se professora da Escola Nacional de Circo e, assim, chegou a Niterói.

Vim para Niterói com o propósito de trazer para a cidade uma escola de circo de excelência e segura. Criei o Projeto Pendurados em 2020, em plena pandemia de Covid. E hoje, cinco anos depois, tenho muito orgulho do que iniciei e no que nos transformamos, pois aprendi com o circo que, sozinho, você não levanta uma lona. O Pendurados hoje é referência, reúne um grupo — na maioria mulheres, com homens em cerca de 2%fortes, empoderadas e mais seguras de si”, diz.

Metodologia: acrobacia aérea, educação somática e consciência corporal

Nas aulas, os participantes são introduzidos ao universo circense por meio da acrobacia aérea em lira e tecido, com base em educação somática e consciência corporal. O incentivo é explorar o corpo de forma consciente e criativa. A prática exige concentração, confiança e trabalho em equipe, promovendo habilidades socioemocionais essenciais — em especial para jovens.

Sozinhas são pétalas, juntas viram rosas
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Rotina de aulas na Praia de Icaraí

  • Segunda a sexta-feira
  • 6h30 às 9h e 18h às 20h
  • Local: Praia de Icaraí

Da estreia ao novo espetáculo

Em 2023, o projeto montou seu primeiro espetáculo, “Marcas do Passado”, sobre violência doméstica. O sucesso levou à criação, em 2025, do novo trabalho “Sozinhas somos pétalas, juntas somos rosas”, selecionado por edital da Secretaria das Culturas de Niterói.

Sozinhas são pétalas, juntas viram rosas
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Elenco, direção e dramaturgia

O espetáculo reúne alunas regulares, bolsistas selecionadas pelo edital e os artistas Raphael Pompeu, Daniel Leubach, Mila Werneck, Maria Julia Teixeira de Macedo e Julia Kassuga.
Dramaturgia e direção geral: Juliana Berti e Raphael Pompeu.

Arte que acolhe: ressignificar traumas e dores

Arte para superar e ressignificar traumas e dores. Essa é a premissa do projeto inédito ‘Sozinhas somos pétalas, juntas somos rosas’, que tem como objetivo acolher meninas e mulheres e ressignificar traumas, dores e más experiências por meio de artes, educação e esporte”, explica Juliana Berti.
O trabalho com tema sensível é lúdico, utiliza técnicas de circo e teatro em espaço de acrobacia seguro, com profissionais capacitados. “O corpo fala, grita com a lira, os tecidos e o trapézio. As mulheres usam esses aparelhos como válvula de escape, numa experiência transformadora que desperta autoconfiança e impacta o que elas conseguem fazer.”

Linguagem cênica e referências

O espetáculo aborda, por meio de circo, teatro e movimentos corporais, o enfrentamento às várias formas de violência, equilibrando a delicadeza do tema com música, dança e teatro físico em coreografias e números circenses. A criação é orientada pelos princípios do teatro do oprimido, usando a arte como expressão e conscientização social.

Sozinhas são pétalas, juntas viram rosas
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Serviço

“Sozinhas somos pétalas, juntas somos rosas”
Duração: 40 minutos
Indicação de faixa etária: 16 anos

  • 18/10 – 9hPraia de Icaraí, em frente à Rua General Pereira da Silva
  • 19/10 – 11hHorto do Barreto, Rua Dr. Luiz Palmier, s/nº
  • 1/11 – 9hCampo de Futebol de Charitas, Av. Prefeito Silvio Picanço
  • 2/11 – 16hPraça da Vila dos Pescadores, Praia de Itaipu, s/nº