São Gonçalo

Ônibus em São Gonçalo podem parar após decisão — entenda

Ônibus em São Gonçalo podem parar após estado de greve dos rodoviários. Entenda a situação e os motivos envolvidos.

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São Gonçalo - Os rodoviários de São Gonçalo decidiram, em assembleia realizada nesta quarta-feira (24), entrar em estado de greve. A medida foi tomada após as empresas de ônibus que operam linhas municipais se recusarem a participar das negociações da data-base da categoria.

De acordo com o Sindicato dos Rodoviários de Niterói a Arraial do Cabo (Sintronac), os empresários alegam que não têm condições de discutir reajuste trabalhista porque as passagens estão congeladas há oito anos, no valor de R$ 3,95, e a Prefeitura não repassa integralmente os valores referentes às gratuidades para estudantes, idosos e pessoas com deficiência.

Segundo o sindicato, sem um acordo, 5,7 mil trabalhadores podem ser prejudicados.

Assembleia em São Gonçalo | Divulgação

Reivindicações da categoria

O Sintronac informou que os rodoviários aprovaram em assembleias uma pauta que inclui reajuste salarial de 15%, cesta básica de R$ 600,00 e o fim da circulação de dinheiro em espécie nos ônibus, com a implantação de um sistema inteligente de cobrança que aceite Pix e cartões bancários.

O último encontro da série de assembleias está marcado para esta quinta-feira (25), em Niterói. A data-base da categoria é 1º de novembro.

“Os trabalhadores não vão aceitar o estabelecimento de pisos salariais diferenciados em uma mesma região. Queremos um reajuste linear, caso contrário haverá greve, pois a categoria está motivada e unida contra esse absurdo. Já demos nossa cota de sacrifício durante a pandemia. Não há como retroceder mais”, afirmou Rubens dos Santos Oliveira, presidente do Sintronac.

Assembleia em São Gonçalo | Divulgação

Alerta de greve

Ainda segundo o sindicato, no início de setembro foram enviados ofícios à Prefeitura de São Gonçalo, à secretaria municipal de Transportes, ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), ao Ministério Público do Trabalho (MPT) e à Justiça, alertando sobre a possibilidade de paralisação.

“Solicitamos ao MPT uma mediação em caráter de urgência, pois fomos surpreendidos com o anúncio das empresas de São Gonçalo, que não participarão das negociações pelo reajuste salarial da categoria. Não vamos mais ficar sem reajuste salarial por conta de problemas financeiros das empresas. O poder concedente é corresponsável por essa situação e tem que se posicionar”, destacou Rubens Oliveira.

Queda na frota e nos empregos

O sindicato também chama atenção para a redução do transporte coletivo em São Gonçalo. De acordo com o Sintronac, nos últimos oito anos a frota caiu 43%, passando de 674 veículos para 384. O número de trabalhadores com carteira assinada também diminuiu: de 7.147 em 2022 para 5.736 atualmente — uma queda de 1.411 postos de trabalho, cerca de 19,7%.

Segundo o sindicato, o estado de greve funciona como um aviso a empresas e autoridades de que a paralisação poderá ser deflagrada a qualquer momento, caso não haja avanço nas negociações.