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Descoberta nova espécie de mosca predadora no Rio de Janeiro

Nova espécie de mosca predadora no Rio de Janeiro, descoberta em áreas úmidas. Conheça os benefícios ambientais de Hemerodromia mystica.

Holótipo da espécie | ARION TULIO ARANDA (FIOCRUZ)
Holótipo da espécie | ARION TULIO ARANDA (FIOCRUZ)

Uma nova espécie de mosca predadora e bioindicadora de qualidade ambiental foi identificada no Parque Estadual da Pedra Branca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. O achado foi feito por pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) na cabeceira do Rio Piabas, dentro da unidade de conservação administrada pelo Inea.

Exuvia da pupa em vista lateral | ARION TULIO ARANDA (FIOCRUZ)

A espécie Hemerodromia mystica

O inseto foi batizado de Hemerodromia mystica e vive em áreas de alta umidade e densa vegetação de Mata Atlântica.

  • É considerada uma espécie bioindicadora de qualidade ambiental, pois suas larvas e pupas dependem de cursos d’água limpos para se desenvolver.
  • Pode atuar no controle natural de insetos transmissores de doenças, como os borrachudos, associados à oncocercose e mansonelose.

Durante os estudos, os pesquisadores observaram a mosca invadindo o casulo de um borrachudo para completar seu ciclo de vida, comportamento conhecido como inquilinismo.


Importância científica e ambiental

O biólogo da Fiocruz e um dos autores do estudo, Arion Tulio Aranda, destacou que a espécie tem potencial significativo em pesquisas sobre biocontrole de insetos hematófagos, que se alimentam de sangue e podem transmitir doenças.

“Trata-se de uma espécie bioindicadora de qualidade ambiental e que apresenta potencial significativo em estudos sobre biocontrole de outros insetos hematófagos e transmissores de doença” explicou o biólogo e pesquisador da Fiocruz, e um dos autores do estudo, Arion Tulio Aranda.

Já o secretário estadual do Ambiente, Bernardo Rossi, ressaltou que a descoberta reforça o papel do Parque Estadual da Pedra Branca como refúgio de biodiversidade e preservação da Mata Atlântica.

“É gratificante saber que a nossa unidade de conservação ainda nos reserva novidades e é o ambiente ideal para a conservação de uma espécie tão importante. Isso mostra que estamos no caminho certo quanto à execução da nossa política de preservação da Mata Atlântica” destacou o secretário de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, Bernardo Rossi.

O estudo foi desenvolvido ao longo de dois anos, com coleta, criação em laboratório, análise comparativa e publicação em uma revista científica internacional.

Detalhe das pernas anteriores raptoriais | ARION TULIO ARANDA (FIOCRUZ)

Parque Estadual da Pedra Branca

  • Área: 12.500 hectares
  • Localização: Zona Oeste do Rio, abrangendo 17 bairros
  • Núcleos: Pau da Fome (Jacarepaguá), Camorim (Jacarepaguá) e Piraquara (Realengo)
  • Reconhecimento internacional: considerado IBA (Important Bird and Biodiversity Area) pela BirdLife International

A unidade de conservação é uma das maiores áreas verdes urbanas do mundo e abriga grande diversidade de fauna e flora da Mata Atlântica.