
A Polícia Civil do Rio de Janeiro deflagrou, nesta quarta-feira (13), a Operação Rota Falsa para desarticular um esquema que usou inteligência artificial para fraudar o aplicativo da Uber. O golpe, segundo as investigações, causou um prejuízo estimado em R$ 115 mil à empresa.
Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão contra dois suspeitos: Pedro Pascoli Plata Souza e Yasmim Gusmão Soares. Yasmim foi conduzida à Cidade da Polícia para prestar depoimento.

Como funcionava o golpe
De acordo com a Delegacia de Defraudações, o esquema era sofisticado:
- Criavam perfis falsos de motoristas e passageiros.
- O “passageiro” solicitava uma corrida e pagava o valor inicial via Pix.
- Após a confirmação, o trajeto era alterado com várias paradas para aumentar o valor final.
- Esse valor extra não era pago, mas a Uber arcava com o total e repassava ao “motorista” fraudulento.
Mesmo corridas canceladas geravam ganhos indevidos, pois o motorista recebia parte do valor. Ao todo, foram 1.922 viagens fraudulentas, sendo 1.125 canceladas e 797 concluídas.
Uso de inteligência artificial para enganar a verificação
A investigação revelou que 69 perfis de motoristas usaram imagens manipuladas com IA para passar no sistema de verificação facial da Uber. As fotos sobrepunham rostos de outras pessoas ao de um homem com tatuagens semelhantes às de Pascoli, dificultando a detecção.
No total, 73 perfis de motoristas participaram do golpe, todos com contas bancárias associadas a Yasmim Gusmão.

Como a fraude foi descoberta
O golpe foi detectado pela própria Uber, que notificou a polícia em dezembro de 2024 após identificar movimentações suspeitas. A empresa registrou um prejuízo de R$ 114.908,31 apenas neste caso.
A polícia investiga se o esquema foi replicado em outras cidades ou plataformas.
Próximos passos da investigação
A Delegacia de Defraudações continua apurando o envolvimento de possíveis comparsas e busca identificar se a mesma metodologia foi aplicada para enganar outros aplicativos de transporte.
Serviço de utilidade pública
A Uber recomenda que usuários e motoristas denunciem qualquer atividade suspeita pelo próprio aplicativo, garantindo que casos como este sejam investigados rapidamente.