
Rio de Janeiro - A Rio Indústria, associação que representa o setor industrial do Estado do Rio de Janeiro, se manifestou com “extrema preocupação” diante da nova taxação imposta pelos Estados Unidos ao Brasil, classificando a medida como “desproporcional, incoerente e tecnicamente injustificável”.
Segundo a entidade, a decisão americana atinge setores estratégicos da economia fluminense e ameaça diretamente a competitividade do estado no mercado internacional.
Siderurgia, portos e exportações estão entre os setores mais afetados
Embora o impacto das novas tarifas seja nacional, a indústria do Rio de Janeiro deve sentir os efeitos de forma mais intensa, devido a dois fatores principais:
- A presença de um forte parque siderúrgico, com destaque para Volta Redonda
- A posição logística estratégica do estado, com portos importantes para as exportações industriais brasileiras
Essas características tornam o Rio particularmente vulnerável a instabilidades comerciais e políticas no cenário externo.
Empresas e agronegócio também correm risco
Além da siderurgia, a Rio Indústria destacou a preocupação com empresas como a Embraer, que tem no mercado norte-americano um de seus principais destinos comerciais. A medida também afeta o agronegócio, sobretudo frutas como mangas e uvas, que estão em período de colheita e exportação ativa.
A instabilidade gerada pela taxação pode prejudicar contratos, atrasar embarques e reduzir a competitividade do produto brasileiro no exterior.
Taxação pode ter motivação geopolítica, aponta associação
Mais do que uma simples retaliação comercial, a Rio Indústria vê na taxação um possível recado político dos EUA aos países que compõem o BRICS — bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e que discute atualmente a criação de uma nova moeda internacional fora da influência direta do dólar americano.
“É um movimento que interfere no equilíbrio global e coloca em risco 40% do PIB mundial, representado pelo bloco”, alerta a associação.
Entidade cobra resposta firme do governo federal
A Rio Indústria finaliza sua nota com um apelo ao governo brasileiro, solicitando uma atuação firme e diplomática na defesa dos setores produtivos e na busca por soluções que revertam o cenário atual.
“A indústria perde. O Rio perde. O Brasil perde”, resume o comunicado, reforçando a necessidade de proteger a indústria nacional e garantir equilíbrio comercial com os EUA.